É sempre errado colocar a pior estrutura nas palavras de alguém e, assim, não temos a intenção de fazer isso exceto sob permissão e, apenas por alguns momentos, ver o que deveria ter sido construído com essas palavras. Cristo não entendeu Pedro assim. Ele colocou a melhor estrutura no que ele disse, mas se um cavaleiro tivesse estado lá, teria havido uma interpretação errada para esta frase – “Senhor, ausenta-te de mim, que sou um homem pecador”.
Os ímpios oram virtualmente esta oração. Quando o Evangelho vem a alguns homens e perturba sua consciência, eles dizem, “Siga seu caminho desta vez. Quando eu tiver uma temporada mais conveniente, eu a mandarei para você”. Quando um pregador perturbador conta a eles dos pecados deles – quando ele coloca a Verdade de Deus nas cosciências deles e os acorda de forma que eles não possam dormir ou descansar – eles ficam muito bravos com o pregador e a Verdade que ele estava sendo forçado a falar. E se eles não podem ordenar a ele que saia de seus caminhos, eles podem ao menos sair do caminho dele, que dá no mesmo! Então o espírito da coisa é “Nós não queremos desistir de nossos pecados. Não podemos nos separar de nossos preconceitos, ou de nossas queridas luxúrias e, portanto, afaste-se – saia de nosso caminho – nos deixe em paz! O que nós temos a ver com Você, Jesus, Seu Filho de Deus? Você veio nos tormentar antes de nosso tempo?”. Pedro não quis dizer nada neste sentido, mas deve haver alguns aqui que o querem e cuja revogação do Evangelho, cuja negligência a ele, cuja aversão e ódio a ele, todos agrupados virtualmente compõe esta exclamação: “Senhor, ausenta-te de nós!”
Infelizmente, temo que haja alguns Cristãos que, de fato – não vou dizer intencionalmente – realmente oram esta oração! Por exemplo, se um crente em Cristo se expuser à tentação – se ele encontrar prazer onde o pecado está misturado junto, se ele renunciar às assembleias dos santos e encontrar conforto na sinagoga de Satã – se a vida dele for inconsistente, praticamente, e ele também se tornar inconsistente por conta de sua negligência aos deveres divinos, ordenanças, orações privadas, a leitura do Evangelho e a vontade – o que tal Cristão diz, se não for, “Senhor, ausenta-te de mim”? O Espírito Santo habita nossos corações e nós regozijamos da Presença consciente Dele se nós formos obedientes às advertências Dele. Mas se andarmos na direção oposta Dele, Ele andará na direção oposta a nós, e dentro em pouco teremos que perguntar –
“Onde está a bem-aventurança que eu conhecia
Quando vi o Senhor pela primeira vez?”
Por que o Espírito Santo retira a sensação de Sua Presença? Ora, porque nós pedimos a Ele que se ausente! Nossos pecados pedem que Ele se ausente! Nossas Bíblias não lidas o fazem, por assim dizer, com vozes em alto volume e pedem que Ele se ausente! Nós tratamos aquele Convidado sagrado como se estivéssemos cansados Dele; Ele capta a dica e esconde Seu rosto e, então, nós sofremos e começamos a procurar por Ele novamente. Pedro não o faz, mas nós o fazemos. Ai, quantas vezes devemos nós dizer, “Ó, Espírito Santo, perdoe-nos que tanto O molestamos, que resistimos às Suas advertências, extinguimos Seus alertas e O afligimos tanto! Volte para nós e viva conosco para sempre”.
Esta oração, na sua pior forma, às vezes é ofertada praticamente em Igrejas Cristãs