Editados por HARLEQUIN IBÉRICA, S.A.
Núñez de Balboa, 56
28001 Madrid
© 2005 Alison Hart
© 2014 Harlequin Ibérica, S.A.
Um toque ardente, n.º 681 - Julho 2014
Título original: Hot to the Touch
Publicado originalmente por Silhouette® Books.
Publicado em português em 2006
Reservados todos os direitos de acordo com a legislação em vigor, incluindo os de reprodução, total ou parcial. Esta edição foi publicada com a autorização de Harlequin Books S.A.
Esta é uma obra de ficção. Nomes, carateres, lugares e situações são produto da imaginação do autor ou são utilizados ficticiamente, e qualquer semelhança com pessoas, vivas ou mortas, estabelecimentos de negócios (comerciais), feitos ou situações são pura coincidência.
® Harlequin, Harlequin Desejo e logótipo Harlequin são marcas registadas propriedades de Harlequin Enterprises Limited.
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Imagem de portada utilizada com a permissão de Harlequin Enterprises
Limited. Todos os direitos estão reservados.
I.S.B.N.: 978-84-687-5413-0
Editor responsável: Luis Pugni
Conversão ebook: MT Color & Diseño
www.mtcolor.es
Página de título
Créditos
Sumário
Capítulo Um
Capítulo Dois
Capítulo Três
Capítulo Quatro
Capítulo Cinco
Capítulo Seis
Capítulo Sete
Capítulo Oito
Capítulo Nove
Capítulo Dez
Capítulo Onze
Volta
O respeito era um tema delicado para Phoebe Schneider. Há anos atrás tinha sido uma boa fisioterapeuta e, como ninguém lhe tinha franzido o nariz porque fosse massagista, era um absurdo queixar-se. Muitos homens pensavam que uma massagista era uma rapariga de vida fácil, só que os homens, pela sua própria natureza, costumavam ter esse género de ideias.
Aos vinte e oito anos, Phoebe sabia muito bem como funcionavam as coisas. Contudo, tinha um problema com o tema do respeito... um problema de proporções gigantescas.
Porém, hoje estava num daqueles dias raros e excepcionais em que se sentia tão feliz com o seu trabalho que lhe era indiferente o preço a pagar.
Desde a janela da sala de reuniões do hospital de Gold River, viam-se as montanhas ao longe. No mês de Fevereiro os cumes continuavam cobertos de neve, embora no hospital a temperatura fosse muito agradável.
Os neurologistas da pediatria, o chefe da pediatria e a enfermeira da UCI estavam lá. Phoebe não era a mais jovem do grupo, era sim a única massagista.
A única massagista e todos a escutavam atentamente.
E era bom que assim o fizessem porque quando o assunto estava relacionado com crianças, Phoebe punha uma expressão séria.
– Já falamos sobre isto em outras ocasiões. O problema – disse com firmeza – é que todos estão à procura de uma doença, uma patologia, algo que possam curar. Mas uma vez que já foram afastadas todas as possibilidades temos de encontrar outras saídas – acrescentou, pressionando o botão do rato do computador. No ecrã apareceu a imagem de um bebé com três meses. – O George não está doente. O George tem frio.
– Frio – repetiu o doutor Reynolds.
– Tem um frio emocional – Phoebe voltou a pressionar no botão do rato e apareceu uma fotografia do miúdo quando chegou ao hospital. Uma enfermeira deitava-o num berço. O bebé tinha os braços e as pernas rijos como pedras. – Já conhecem a sua história. Foi encontrado num armário, quase morto de fome... com uma mãe incapaz de tomar conta dele, inclusive de lhe dar o biberão. Trata-se de facto de uma criança que nasceu num mundo tão hostil que não conhece o conceito de vínculo emocional.
De seguida mostrou o resto dos slides, exibindo as mudanças que se tinham produzido no George durante o último mês, desde que Phoebe começara a trabalhar com ele. Por fim, concluiu a sua apresentação.
– A minha recomendação é que ainda não o levemos para uma casa de acolhimento. Pensamos no carinho como uma necessidade humana, mas a situação do George é bastante mais complexa do que isso. Para que este pequeno anjo sobreviva tem de estar com outro ser humano durante as vinte e quatro horas do dia... literalmente. Temos de ensiná-lo a confiar porque, mesmo sendo tão novo, aprendeu a sobreviver sozinho. Não vai acreditar em ninguém a não ser que o obriguemos a fazê-lo.
No meio da reunião entrou, nas pontas dos pés, a assistente social. Phoebe via uma expressão de cepticismo no rosto do neurologista e de dúvida no da enfermeira. Era-lhe indiferente. O que os médicos queriam era receitar medicamentos, a assistente social tencionava levar a criança para uma casa de acolhimento e assim não precisar de se preocupar mais.
Todos queriam uma resposta fácil e Phoebe apresentava soluções a longo prazo, dispendiosas e inconvenientes, facto que incomodava todos e que não caía bem porque quem o propunha era uma insolente de uma massagista ruiva, de metro e meio.
Quando chegou ao hospital de Gold River ninguém tinha ouvido falar de uma massagista de bebés. Embora também nunca tivessem ouvido falar daquele trabalho no hospital em Asheville, onde começou. Ela nunca tivera intenção de criar um trabalho que não existia, e não lhe acontecia outra coisa do que encontrar crianças abandonadas para as quais o sistema só tinha respostas inadequadas e terríveis.
Não era culpa dela que as suas pouco ortodoxas ideias funcionassem. Como também não tinha culpa em lutar como uma fera pelas crianças.
Talvez tivesse encontrado a sua vocação. Além disso, gritar e discutir era algo de habitual em Phoebe.
Quando a reunião terminou, às quatro em ponto, os médicos, a enfermeira e a assistente social saíram da sala como se estivessem a ser libertados de uma prisão.
Phoebe começou a cantar. Tinha conseguido que a ouvissem, por isso ficar como uma fera até que dava algum resultado. E agora, como a reunião tinha terminado antes do previsto, podia ir para casa e levar as suas cadelinhas à rua antes da hora de jantar.
Antes de sair, decidiu pôr um pouco de brilho nos lábios. Devia ter meia dúzia de brilhos e batons no fundo da carteira, mas queria precisamente o brilho de framboesa que ficava bem com a camisola...
– Senhora Schneider? Phoebe Schneider?
Ela virou-se com a bisnaga de brilho nas mãos. Havia dois homens na porta... na verdade, bloqueavam a saída com a mesma efectividade que um camião. Não eram do hospital. No hospital de Gold River havia alguns médicos bastante apetecíveis, mas não conhecia nenhum com os ombros do tamanho de uma porta e com músculos de pugilista.
– Sim, sou eu.
Quando se aproximaram dela, Phoebe teve de controlar o impulso de sair a correr. Evidentemente, eles não podiam evitar ser enormes da mesma forma que ela não podia evitar ser tão baixinha. Também não era culpa dela o serem tão sublimes; desde o cabelo loiro até aos olhos castanhos... e ela não conseguia evitar de ter a personalidade de um buldogue. Ou pelo menos isso era o que alguns diziam. Pessoalmente, Phoebe julgava-se uma rapariga engraçada. Algumas vezes. Quando tinha tempo.
– Vejo que estão à minha procura.
O mais alto, que vestia um fato cinzento, respondeu primeiro:
– Sim. Queremos contratá-la para o nosso irmão.
– O vosso irmão – repetiu ela. Estava a fechar a bisnaga de brilho, mas caiu-lhe das mãos. O que não vestia fato inclinou-se para o apanhar.
– Sou Ben Lockwood e este é o meu irmão Harry.
– Lockwood? Como o restaurante Lockwood?
Em Gold River havia muitos restaurantes, mas nenhum era tão elegante como aquele. O apelido Lockwood significava dinheiro e influência. Talvez por isso, Phoebe nunca se tinha cruzado com eles.
O de fato respondeu rapidamente:
– Sim. O restaurante é do Harry, o cozinheiro da família. Eu sou construtor e o nosso irmão mais novo chama-se Fergus... que é para quem queremos contratá-la.
Phoebe franziu o sobrolho. Homens. À procura de uma massagista. Para outro homem. Uma coisa mais a outra dava sempre o resultado de que alguém pensava que a contratavam para fazer algo mais para além de massagens.
Pelo que não perdeu tempo para ser pôr à defesa; calmamente, apanhou nas suas coisas e saiu da sala. Os homens seguiram-na até à entrada do hospital.
– Não sei porque não me telefonaram, venho na lista. Se o tivessem feito tinham sido informados que só trabalho com crianças.
Bem tinha uma resposta preparada:
– Não telefonámos porque receávamos que dissesse que não. E só agora soubemos que trabalha com crianças, porque no hospital informaram-nos que a senhora é a melhor fisioterapeuta, que alguma vez viram. O Fergus encontra-se numa situação muito especial, pelo que estávamos com esperança de que abrisse uma excepção...
Phoebe não pensava dar massagens a um homem já adulto. A nenhum. Não era por falta de coragem, mas já lhe tinham partido o coração e não pensava arriscar-se de novo. Talvez na próxima década mas, de momento, só pensava correr o risco com crianças.
Claro que nada daquilo interessava àqueles homens. Disse-lhes que não dispunha de tempo e eles ficaram como se lhes tivessem atirado com um jarro de água gelada. Sem fazer caso dos seus protestos, seguiram-na até ao estacionamento como enormes cães de guarda.
Era típico que no mês de Fevereiro a noite caísse rápido como uma pedra. A brisa fresca transformou-se num vento furioso e desagradável fazendo que as nuvens andassem a grande velocidade. Daqui a um mês, as magnólias e os rododendros do hospital teriam florescido, mas naquele momento nem sequer os carvalhos abundavam de folhas. O vento entrava pelo meio da sua comprida trança, mexendo o laço e ameaçando soltá-la.
E aqueles rapazes, os Lockwood, também ameaçavam em soltá-la.
Mas não pelos motivos que ao princípio pensara. Quando chegaram à sua carrinha, Phoebe ficou com a impressão de que se estava a apaixonar por eles. Olhavam-na como se fosse uma deusa. Isso ajudou muito. Mas sobretudo, ela tinha um sexto sentido com os predadores e aqueles rapazes não o eram.
Como ia conseguir resistir?
– Ben, Harry, vamos ver se nos entendemos... Não sei se vos informaram bem, mas eu não faço fisioterapia fora do hospital. Não tenho tempo. Além disso, se o vosso irmão está com um problema sério, eu não estou qualificada para o ajudar...
– O Fergus já viu montes de especialistas. Médicos, psiquiatras, fisioterapeutas... Inclusive chegou a chamar um sacerdote quando nem sequer é católico – explicou Ben. – Temos de tentar algo diferente. Se ao menos pudesse vê-lo...
Nos cinco minutos seguintes, Phoebe apercebeu-se de que os irmãos Lockwood se tratavam entre eles com nomes de animais. Ben era o urso, Harry o alce e ao irmão mais novo, Fergus, o tratavam por Fox, a raposa.
Os dois eram pessoas muito ocupadas e tinham largado tudo para vir falar com ela, pelo que deviam adorar o irmão, pensou.
– A sério, eu não o posso ajudar. Se pudesse, fazia.
– Então, ao menos vem conhecê-lo. E depois, se não o puderes ajudar, percebemos. Só te pedimos que tentes.
– Não posso, a sério.
– Só uma vez. Pagamos-te quinhentos dólares por meia hora, o que achas? Juro que se decidires que não há nada que possas fazer, não te voltamos a incomodar. Tens a nossa palavra.
Tanto insistiram, tentaram convencê-la, chantagearam-na... Phoebe nunca conhecerá ninguém que a conseguisse convencer do que fosse, mas aqueles dois eram incríveis.
Se aceitasse um paciente masculino, podia voltar a acontecer o mesmo que se passou com Alan. E não valia a pena o risco.
– Rapazes desculpem, mas não – disse firmemente.
Às sete, Phoebe saía da garagem.
– Não quero ouvir nenhuma queixa – disse Phoebe às suas cadelinhas. – Uma mulher tem direito a mudar de opinião.
Nem Mop nem Duster discutiram. Enquanto conseguissem ir na carrinha com o focinho fora da janela, tudo lhes era indiferente.
– Vocês fiquem ao meu lado. Se alguma coisa cheira mal, saímos a correr. Está bem?
Mais uma vez, nenhuma das duas respondeu. Depois de dois anos, Phoebe não tinha a certeza de quem tinha resgatado quem. Aquelas duas cabecinhas brancas encaracoladas apareceram à sua porta quando chegou a Gold River. Estavam sujas, esfomeadas e abandonadas. Mas mesmo assim, comportavam-se como se a abandonada fosse ela e elas a tivessem adoptado.
– Os irmãos Lockwood são muito simpáticos... Eu sei, eu sei, são homens. E quem pode confiar em alguém cheio de testosterona? – Mas a verdade é que desta vez a situação não é como eu pensava. Pelo que parece, o outro irmão não está a passar muito bem, de maneira que, embora eu não possa fazer nada, achava horrível continuar a dizer que não.
Mais uma vez, as cadelinhas ficaram em silêncio. As duas olhavam pela janela, com a língua de fora, as orelhas ao vento, sem lhe ligar nenhuma.
Antes que o sol se pusesse, as luzes da rua principal começaram a acender. Se não tivesse aceite ir até à casa, estaria a comprar sapatos ou simplesmente a passear pelos saldos. Bom, não era casualidade, mas o princípio continuava a ser válido.
Phoebe começou a ficar preocupada. Ela adorava o seu trabalho. O banco dizia que ainda estava longe de conseguir pagar as suas dívidas, mas o dinheiro não lhe interessava. Fazer algo pelos outros, sim. E tinha encontrado uma terapia para as crianças abandonadas. As crianças eram o seu forte.
Os homens não.
Gostava dos homens. Sempre gostara, mas...
Conheceu Alan antes de ser massagista, quando ainda era fisioterapeuta. Era um paciente que se estava a recuperar de uma fractura. De imediato, considerou-a como uma mulher hedonista e sensual, uma mulher que adorava o contacto. E ele gostava daquelas qualidades.
Isso era o que dizia.
Também dizia que era a mulher mais excitante que alguma vez tinha conhecido.
No início.
Nervosa, Phoebe mordeu uma unha. Tinha ido até Gold River para esquecer Alan e começar uma nova vida. E tinha-o conseguido. Tinha uma vida pela frente, mas devia ter cautela.
Os irmãos Lockwood tinham destruído a sua tranquilidade espiritual, fazendo uma imagem comovente do seu irmão. Uma imagem que Phoebe não conseguia tirar da cabeça.
Aparentemente, Fox fora como voluntário para o Médio Oriente e fora vítima do que chamavam «bomba suja», uma bomba caseira carregada de metralha. No hospital de veteranos deram-lhe alta depois de se terem tratado os ferimentos, mas isso não significava que estivesse curado. Tanto Ben como Harry admitiam que o seu irmão parecia estar a recuperar, mas que já não era a mesma pessoa de antes.
Chamaram médicos e fisioterapeutas, os melhores, mas Fox estava fechado em si mesmo. Nesse aspecto, ninguém conseguira fazer nada.
Pelos vistos, souberam da sua existência por meio de uma médica amiga, que lhe falou do seu toque mágico com as crianças. Isso, sem dúvida, era um exagero, Phoebe não tinha nenhum toque mágico e não podia curar ninguém. Sobretudo um homem adulto traumatizado por feridas de guerra.
Ficara mais descansada quando se apercebera de que os irmãos Lockwood não andavam à procura de uma aventura, mas agora voltava a sentir-se insegura. De certeza que o seu irmão sofria de algum choque pós-traumático ou como aquilo se chamasse. Era muito triste, mas ela não tinha conhecimentos sobre o assunto.
Na verdade, tinha aceite em ir... porque era parva. Os Lockwood pareceram-lhe tão charmosos que não conseguiu recusar.
Foi então que se apercebeu de que o papel onde escrevera a morada já não estava no assento.
– Mop! Dá-mo já!
Mop cuspiu o bocado de papel mastigado. Por sorte, a morada ainda estava legível. Phoebe virou na Rua Magnólia e subiu o outeiro.
Supostamente sabia onde viviam os ricos, só que nunca tivera uma desculpa para passar por aquela zona.
Havia bastantes mansões sobre o rio onde os antepassados daquela gente tinham feito fortuna com o ouro. As casas estavam escondidas por trás de muros de pedra e portões de ferro forjado, mas como naquela altura do ano as árvores não tinham muitas folhas dava para ver algo das impressionantes casas. A maioria construída com pedra local e mármore, com grandíssimos alpendres e jardins muito bem tratados.
A casa dos Lockwood estava na esquina de uma rua sem saída.
jeans
Os seus irmãos tinham um sorriso adorável. Pelo contrário, havia tanta dor nos olhos de Fox que Phoebe teve de conter a respiração.
Só teve um instante para o observar e perceber que as suas duas bolas de pêlo estavam ao seu colo... antes que ele a visse na porta.
– Urso, Alce, tirem-na daqui.
Não gritou. O seu tom nem sequer foi grosseiro. Era meramente frio e cansado. Os dois irmãos saíram da cozinha.
– Fica tranquilo. Só queremos que fales...
Talvez Fox fosse o mais novo dos três e o mais frágil, contudo, parecia o chefe da casa.
– Não sei o que querem fazer, mas não vai dar resultado. Saíam daqui. Deixem-me tranquilo.
Quem teria pensado que o magro e antipático Fox conseguisse expressar tamanha autoridade? perguntou-se Phoebe.
Mas aquele não era o motivo pelo que o seu coração tinha começado a bater como um louco. Ele nem sequer a tinha olhado. Nem aos seus irmãos. Tinha os olhos cansados e a pele seca pela falta de sol.
Mas as suas cadelinhas não se separavam dele. As duas sabiam qual era o humano que se tinha de evitar e qual o que precisava de atenção. As duas respondiam instintivamente à dor.
Agora percebia porque é que aquele sítio estava tão escuro. Sem dúvida que a luz lhe fazia mal.
Pensou para si mesma que o seu pulso batia acelerado por razões óbvias: importava-lhe aquele homem que estava a sofrer. Sempre lhe acontecia o mesmo. Não estava a responder porque fosse do género oposto. Sobre isso não tinha de se preocupar, tinha a certeza. E era incapaz de virar as costas a um ser humano que estava a sofrer.
– Saiam por um momento – disse aos dois irmãos. – Deixem-me falar a sós com ele. Mop, Duster, tranquilas, está bem?
As cadelinhas obedeceram de imediato, mas os rapazes não eram tão fáceis de convencer.
– Talvez nos tenhamos enganado – começou a dizer Harry. – Não te podemos deixar sozinha com o...
– Não há problema – insistiu ela, empurrando-os para o corredor.
Evidentemente, não foi assim tão fácil. No instante em que fechou a porta, a casa ficou num completo silêncio e um arrepio percorreu a sua espinha ao ver o brilho raivoso nos olhos do Fox.
Mas Phoebe só tinha medo de uma coisa.
E não era aquela.
Tinha medo dos sedutores. Mas uma alma torturada e má humorada como Fox Lockwood era canja. O coitado nem sabia quem é que os seus irmãos tinham convidado para jantar.