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A tentação, n.º 491 - dezembro 2018
Título original: Michael’s Temptation
Publicado originalmente por Harlequin Enterprises, Ltd.
Reservados todos os direitos de acordo com a legislação em vigor, incluindo os de reprodução, total ou parcial.
Esta edição foi publicada com a autorização de Harlequin Books S.A.
Esta é uma obra de ficção. Nomes, carateres, lugares e situações são produto da imaginação do autor ou são utilizados ficticiamente, e qualquer semelhança com pessoas, vivas ou mortas, estabelecimentos de negócios (comerciais), feitos ou situações são pura coincidência.
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Imagem de portada utilizada com a permissão de Harlequin Enterprises Limited.
Todos os direitos estão reservados.
I.S.B.N.: 978-84-1307-317-0
Conversão ebook: MT Color & Diseño, S.L.
Créditos
Prólogo
Capítulo Um
Capítulo Dois
Capítulo Três
Capítulo Quatro
Capítulo Cinco
Capítulo Seis
Capítulo Sete
Capítulo Oito
Capítulo Nove
Capítulo Dez
Capítulo Onze
Capítulo Doze
Capítulo Treze
Epílogo
Se gostou deste livro…
O céu enegrecido parecia desabar sobre a terra. Naquele instante um forte clarão cortou o infinito, iluminando uma imponente construção revestida de madeira e pedra. A figura grotesca entalhada na porta rústica parecia olhá-lo de soslaio, enquanto Michael introduzia a chave na fechadura.
A chuva e a escuridão combinavam com a velha casa. E com o seu mau humor também, pensou ele, enquanto abria a porta.
A única iluminação existente no interior vinha de uma árvore de Natal que piscava alegremente num canto do salão. A larga escadaria estava escura, e nenhuma luz provinha do corredor que conduzia ao escritório do irmão.
Contudo, Jacob ainda não devia estar a dormir. Talvez estivesse na sala de jogos.
As botas de Michael rangeram sobre o chão de mármore, lembrando-lhe que estava completamente encharcado.
Ada ficaria furiosa se deixasse poças de água por toda parte. Deu mais alguns passos, parou próximo de uma cadeira que mais se assemelhava a um trono, retirou um grosso envelope de um dos bolsos e livrou-se das botas e da jaqueta de couro.
Os seus passos eram agora silenciosos, enquanto se dirigia à parte detrás da casa. Caminhou um pouco mais e parou diante da porta da sala de jogos.
As luzes estavam apagadas. A lareira acesa aquecia e iluminava o ambiente, o fogo crepitante lançava sombras ao longo das paredes, e as cortinas das janelas abertas expunham a noite tempestuosa. Jacob estava sentado na poltrona bergère ao lado da lareira, as pernas estendidas, a face voltada para o fogo, segurando uma garrafa de conhaque numa das mãos.
Michael sorriu.
– Snobe! Essa cara substância francesa não é melhor do que a que posso comprar no supermercado por dez dólares a garrafa.
Se Jacob se assustou, não o demonstrou. A expressão do seu rosto não revelou prazer nem surpresa, mas a satisfação estava presente na sua voz.
– Tenho paladar. Tu bebes como um adolescente, interessado apenas na quantidade.
– É verdade – respondeu Michael, dirigindo-se ao interior da sala.
O ambiente era mobilado em contraste com o requinte do resto da casa. Cada vez que o pai deles contraía um novo casamento, a nova senhora West redecorava-a. Michael e os seus irmãos tinham o hábito de esconder as suas peças favoritas ali. A sala de jogos, mais do que qualquer outra utilidade, tinha-se tornado um depósito para refugos.
Um tabuleiro de xadrez com peças de jade encontrava-se sobre a mesa de leitura. Michael parou, pegou no rei e moveu-o repetidas vezes com a mão que não estava a segurar o envelope. O xadrez era o jogo preferido de Jacob.
Michael deu um suspiro e derrubou a peça, como se tivesse feito um xeque-mate. Era difícil perguntar, mas pior era não saber.
– Como está Ada?
Jacob era um homem grande, encorpado e alguns centímetros mais alto do que ele. Os cabelos eram curtos e grossos, de um castanho tão escuro que quase se assemelhava aos cabelos pretos de Michael.
– Está um pouco melhor, Michael. Os tratamentos parecem finalmente estar a fazer efeito.
– Óptimo! Isso é bom.
– Vais permanecer aqui durante algum tempo?
– Partirei pela manhã. Estou… – olhou para o envelope ainda na sua mão. – A cuidar de negócios. Há mais alguma coisa para beber, além dessa água-de-colónia?
– Acho que posso conseguir algo modesto o bastante para te satisfazer. – Jacob moveu-se em direcção ao bar. – Qual a quantidade necessária para surtir algum efeito em ti?
– Um pouco mais do que isso – disse Michael quando o irmão parou, após verter dois dedos de whisky no copo.
Jacob ofereceu-lhe a bebida.
– Podes começar com isto. Não ficarás aqui o tempo suficiente para te poderes recuperar de uma ressaca.
– Recupero-me no avião.
Michael deixou os seus pés inquietos guiá-lo até à máquina de flipers a um canto da sala.
Os jogos electrónicos eram o seu passatempo predilecto, quando ele e os irmãos viviam ali. Ágil e veloz, pensou, sentindo a garganta queimar ao sorver um gole da bebida barata. Desprovido da paciência de Jacob e do atletismo de Luke, o seu irmão do meio, conformara-se com os seus dotes naturais, uma certa destreza de mãos, olhos e corpo.
Não podia reclamar. Agilidade era uma vantagem para um homem que vivia como ele. Assim como uma mente clara… Mas naquela noite preferia desligar-se de tudo à sua volta. Com esses pensamentos, bebeu o restante whisky de uma só vez.
–Estás com pressa?
Caminhou em direcção ao bar, para tornar a encher o copo vazio.
O que tinha feito e o que pretendia fazer era por Ada, e isso justificava o sacrifício. Sem os tratamentos administrados por uma clínica suíça, ela morreria. Mas os tratamentos eram experimentais e caros, muito caros.
Só havia um modo dos irmãos West conseguirem o dinheiro para a manter viva. Era preciso receber uma maldita herança, que só poderia ser reivindicada uma vez cumpridas as condições.
Luke já tinha feito a parte dele. Michael pretendia fazer a sua. Era por isso que estava ali. Os três estavam a ser manobrados pelo pai, mesmo cinco anos após a sua morte.
– A que brindaremos? – indagou Jacob, enchendo o seu copo.
– A que mais poderia ser? – Lançou o envelope sobre o bar. – Isto é uma cópia do acordo pré-nupcial que o teu advogado me redigiu, devidamente assinado e reconhecido.
– Estou a ver. Já achaste alguém, não é?
Michael ergueu o copo vazio outra vez, numa saudação zombeteira.
– Podes felicitar-me. Caso-me assim que voltar desta missão. Portanto esta noite vou-me embriagar.