Editado por Harlequin Ibérica.

Uma divisão de HarperCollins Ibérica, S.A.

Núñez de Balboa, 56

28001 Madrid

 

© 1998 Metsy Hingle

© 2017 Harlequin Ibérica, uma divisão de HarperCollins Ibérica, S.A.

Desejos loucos, n.º 281 - dezembro 2017

Título original: Switched At the Altar

Publicado originalmente por Silhouette® Books.

 

Reservados todos os direitos de acordo com a legislação em vigor, incluindo os de reprodução, total ou parcial.

Esta edição foi publicada com a autorização de Harlequin Books S.A.

Esta é uma obra de ficção. Nomes, carateres, lugares e situações são produto da imaginação do autor ou são utilizados ficticiamente, e qualquer semelhança com pessoas, vivas ou mortas, estabelecimentos de negócios (comerciais), feitos ou situações são pura coincidência.

® Harlequin, Harlequin Desejo e logótipo Harlequin são marcas registadas propriedades de Harlequin Enterprises Limited.

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Imagem de portada utilizada com a permissão de Harlequin Enterprises Limited.

Todos os direitos estão reservados.

 

I.S.B.N.: 978-84-9170-641-0

 

Conversão ebook: MT Color & Diseño, S.L.

Sumário

 

Página de título

Créditos

Sumário

Capítulo Um

Capítulo Dois

Capítulo Três

Capítulo Quatro

Capítulo Cinco

Capítulo Seis

Capítulo Sete

Capítulo Oito

Capítulo Nove

Capítulo Dez

Capítulo Onze

Se gostou deste livro…

Capítulo Um

 

O seu irmão era um homem morto. «Ou pelo menos vai ser», jurou Alex Stone, «assim que lhe puser as mãos em cima». Abriu a porta de repente e entrou em Magnolia House. Ao entrar no hall e deixar lá fora o calor de Luisiana, a suave brisa de uma ventoinha de tecto acariciou-lhe a pele como os dedos de uma mulher.

A praguejar ainda contra o seu irmão mais novo por o obrigar a fazer a viagem de Boston àquela aldeia afastada dos arredores de Nova Orleães, Alex dirigiu-se à recepção. Franziu o sobrolho ao ver que estava vazia antes de bater na campainha para anunciar a sua presença.

O mau humor fechou-se como um punho nas suas entranhas enquanto esperava e recordava os descobrimentos da manhã. Kevin não só não tinha ido nem um dia da semana passada às aulas de Verão da faculdade de direito, como também não o tinham visto no seu apartamento. Saber que o correio do seu irmão era entregue em Magnolia House à atenção da senhora Desirée Mason não melhorou nada o seu estado de ânimo. Também não tinha mitigado o seu crescente mau humor. Não era de estranhar que não tivesse conseguido falar com Kevin pelo telefone nos últimos três dias. Era evidente que o jovem preguiçoso tinha ido viver com essa tal Mason.

O recorte do jornal, que uma antiga amiga que tinha ido exibir o seu anel de compromisso, lhe pôs debaixo do nariz, relampejou mais uma vez na mente de Alex.

Qual é o jovem atraente e filho mais novo de uma das melhores famílias de Boston que não deve demorar a trocar os livros de direito pelo corredor da igreja, nada mais nada menos do que com uma bela actriz do sul, tal como várias vezes fez o seu querido e falecido pai? Precisam de uma pista? O meio-irmão do jovem é um advogado brilhante e um dos solteiros mais cobiçados da actualidade. Continuam sem adivinhar? Outra pista, em inglês o sobrenome da família significa duro, rochoso… como uma pedra preciosa.

Embora não tivesse o coeficiente de inteligência de um génio, remoeu Alex, não tinha sido difícil deduzir que a intrigante senhora Desirée Mason tinha posto as garras no seu irmão mais novo.

Bom, ia ver se aquela pequena oportunista continuava tão desejosa de casar com Kevin quando soubesse que era ele que controlava a conta bancária do irmão.

Onde é que estava toda a gente? Cinco segundos tornaram-se dez, anulando a pouca paciência que lhe restava. Irritado, Alex voltou a carregar na campainha.

Nada. Ninguém.

– Raios partam – disse entre dentes. – Eu vou encontrar o Kevin.

E quando o fizesse, não ia ser tão meigo em relação a todos os assuntos do seu irmão mais novo. Cometera esse erro desde que Kevin, com nove anos, foi depositado à sua porta enquanto os respectivos pais se iam embora com os novos cônjuges. Nos treze anos que se passaram desde então tinha-se oposto a todas as tentativas de mandar Kevin para a academia militar e até tinha sofrido a ira do seu avô por se ter negado. Tinha tomado a firme decisão de proporcionar ao seu irmão alguma coisa parecida com uma família normal, dar-lhe uma infância mais carinhosa que a que ele tinha conhecido.

«E não há dúvida que fizeste um bom trabalho», repreendeu-se em silêncio. «Olha onde ele se meteu». E era, pelo menos em parte, culpa de Alex. Devia saber que ia acontecer uma coisa assim. Kevin era um jovem atraente e rico e muito influenciável por uma cara bonita. Tal como fora o seu pai. Quando concordou com o seu pedido de ir para a faculdade de direito no sul, era como se o tivesse atirado aos lobos. E tinha deixado que o seu irmão se tornasse no alvo de todas as vampiras que andavam à caça de um marido rico.

E era evidente que a menina Desirée Mason tinha acertado no alvo.

Alex cerrou os dentes. Só o nome da mulher fez tocar o alarme a primeira vez que Kevin a mencionou. O seu irmão mais novo não era rival para uma conspiradora beleza do sul com voz sedutora. Bom, a menina Desirée Mason tinha que procurar outro idiota para casar, pois ele não tinha intenção de o deixar cometer o maior erro da sua vida.

De momento, tinha que obrigar Kevin a seguir as regras. E o primeiro passo consistia em fazer com que voltasse à faculdade de direito em Boston, não em Nova Orleães, e em esquecer qualquer ideia absurda que pudesse ter sobre casar com Desirée Mason. Com isso na cabeça, Alex deu meia volta para ir procurar o irmão. Parou no meio do hall quando ouviu uma melodia demasiado familiar. Era a que ele podia jurar que os seus pais tinham adoptado como sua favorita, a mesma que ainda o mergulhava num suor frio cada vez que a ouvia.

A marcha nupcial!

O pânico fez com que a adrenalina lhe percorresse o corpo e acelerou o passo em direcção ao som da música. Os últimos acordes da melodia apagaram-se mesmo quando abriu as portas duplas que davam para um salão de baile.

– Meu Deus…

Alex conteve uma exclamação ao ver as damas de honor, os padrinhos e um padre com uma bíblia na mão. Cravou o olhar nas costas da bonita ruiva metida no vestido de noiva e observou os ombros nus de cor clara que se mexiam debaixo de um sussurro de rendas. Engolindo em seco, desviou o olhar da noiva para o noivo. O seu coração parou e depois voltou a bater quando reconheceu as costas do homem alto e de cabelo escuro que estava quase a casar, o seu irmão Kevin.

– Estamos hoje aqui reunidos para unir este homem e esta mulher no sacramento do sagrado matrimónio – continuou o sacerdote. – O matrimónio é um…

– Parem – gritou Alex. Sem prestar atenção às expressões surpreendidas e curiosas que lhe dirigiram, correu pelo corredor central. – Exijo que pare este casamento imediatamente!

A noiva voltou-se como um relâmpago. Os seus olhos azuis esverdeados abriram-se estupefactos. Duas manchas rosadas apareceram nas suas faces. Alex olhou fixamente para aqueles lábios rosados entreabertos com a surpresa. Entre os batimentos do seu coração, perguntou a si mesmo, sem sentido, o que sentiria ao beijar aquela boca.

– Como é que te atreves? – disse ela.

– É muito fácil – retorquiu Alex, livrando-se da estranha sensação que sentiu ao ver a mulher. As suas mãos fecharam-se quando se apercebeu de que dois minutos depois, tinha chegado tarde. – Não há maneira de eu deixar que te cases com o meu irmão.

Sem prestar atenção às exclamações provocadas pelas suas palavras e o olhar furioso que a noiva lhe dirigiu, Alex centrou a sua atenção no seu irmão. Esperou, preparado para a explosão de Kevin.

– Oh, foste perfeito!

Alex olhou para a noiva ao mesmo tempo que ela se lançava para ele. Sem parar para pensar, prendeu-a nos seus braços, agarrando-a pela cintura. Mas em vez de lhe bater, tal como ele esperava, ela pôs-lhe os braços à volta do pescoço.

Agarrou-lhe nos pulsos, convencido que ela o queria estrangular.

– Ouve…

Ela impediu-o de protestar com a boca. Alex arquejou com o toque daqueles lábios suaves que se pousaram nos seus. O desejo, inesperado e não desejado, despertou no seu interior e desceu rapidamente pelo seu corpo.

De repente ela afastou a boca e olhou-o. A julgar pela expressão atónita e a confusão naqueles olhos esverdeados, ele não era o único que sentira que tinha sido atingido por um raio. «É uma loucura», disse Alex a si próprio. Mas não conseguiu deixar de baixar o olhar para a sua boca sensual e voluptuosa. O desejo, doce e doloroso, voltou a possuí-lo.

Como se percebesse os seus pensamentos, Desirée soltou as mãos e retrocedeu um passo e depois outro. Fez-lhe um sorriso indolente seguido por duas palavras:

– Ora essa!

«E é o mais adequado», pensou Alex. Ainda atordoado pelo beijo e o efeito que teve nele, abanou a cabeça para afastar a sensação que parecia tê-lo prendido.

– Correu muito bem – gritou uma das damas de honor.

Bem? Bem nem sequer se aproximava da descrição daquele beijo ou a estranha sensação que lhe tinha provocado. E desde quando uma dama de honor avaliava o beijo que um desconhecido dava à noiva?

A noiva virou-se, proporcionando-lhe outra visão das suas costas e de mais pele branca, onde o vestido descia pelos ombros. Encaminhou-se para a dama de honor.

– Não vos disse que o Bernie ia resolver isto? – exclamou com uma voz muito mais rouca do que há instantes.

Uma voz que lhe lembrou noites sufocantes de Verão e sexo ardente. Respirou fundo. Que raios lhe estava a acontecer? Desejar dessa maneira a pequena oportunista que quase tinha casado com Kevin.

O seu irmão! Alex quase gemeu. Oh, Deus, tinha-se esquecido dele. Voltou a olhar para ele. Mas em vez de se preparar para se lançar sobre ele e matá-lo por ter interferido, Kevin tinha um braço à volta da sua carinhosa noiva, o outro à volta da dama de honor e falava com elas como se nada tivesse acontecido. A franzir o sobrolho, Alex dirigiu-se a ele.

– Kev…

– Interrompeu demasiado cedo – disse-lhe o padre com um dedo acusador, a bloquear-lhe o caminho. – Porque é que não esperou pela deixa?

Alex olhou para o corpulento clérigo, com o sobrolho franzido.

– A deixa?

– Sim. Tinhas que esperar pela deixa – informou-lhe o padrinho.

– Têm razão, rapazes – acrescentou o noivo quando se juntou a eles. – Interrompeste antes de eu ter oportunidade de dizer a minha fala.

Alex conteve o fôlego ao olhar para a cara do noivo. O tipo tinha cabelo escuro, olhos castanhos e praticamente a altura e o tamanho de Kevin. Até tinha aquele sorriso de querubim parecido com o do seu irmão.

Só que não era o seu irmão.

O alívio percorreu Alex como água a transbordar de um regato. Afinal de contas, Kevin não tinha estado quase a casar com aquela ruiva sexy. Mas depois dessa revelação aconteceu outra igualmente perturbadora e, surpreendentemente, decepcionante. A mulher que tinha desejado nos últimos sessenta segundos estava quase a casar com alguém.

E ele acabava de interromper o seu casamento.

– Estás bem? – perguntou-lhe a noiva pondo-se outra vez à sua frente. – Pareces… incomodado.

– Não. É que eu pensei… Quero dizer, não me apercebi… – Alex fechou a boca com firmeza, aborrecido por gaguejar como um adolescente perante o seu primeiro fracasso amoroso. Passado um momento, voltou a tentar. – Sinto muito.

– Porquê? – perguntou ela com aquela voz suave e melada. – Foste magnífico.

Foi magnífico?

– Acho que… – ela sorriu-lhe outra vez e Alex esqueceu o que tinha estado quase para dizer. Praguejou contra si mesmo e respirou fundo. Tinha que sair dali. – Desculpa. Agora vejo que cometi um erro. Por favor, aceita as minhas desculpas pela interrupção. Vou deixar-vos a ti e ao teu… teu… – olhou para o noivo que tinha confundido com o seu irmão. O homem parecia vir na sua direcção com a dama de honor. Alex engoliu em seco. – Eu vou-me embora e deixo-te continuar com o casamento – sem perder mais nenhum segundo, deu meia volta para sair dali.

– Espera! – ela agarrou-lhe no braço antes que ele pudesse dar o primeiro passo. – Ouve, sei que te disse que foste magnífico e é verdade, mas ainda acho que podemos trabalhar mais. Porque é que não voltamos a tentar? Faz tudo exactamente como há uns minutos.

– Queres que te beije outra vez?

– Bem, sim. Isso também – ela fez um daqueles sorrisos indolentes que faziam coisas estranhas ao seu cérebro e lhe dificultavam pensar com clareza. – Mas desta vez certifica-te que é a tua deixa.

– A minha deixa? – Alex pestanejou.

– Sim. Quando o padre perguntar se existe alguma objecção, é nessa altura que deves entrar. Mas o resto fá-lo da mesma maneira que há um minuto atrás – indicou-lhe. – O tom de voz foi perfeito e, a propósito, adorei o improviso. Foi um bom toque. Podes continuar e melhorá-lo.

O tom de voz? O improviso? Do que é que ela estava a falar?

– Ah, e repete esse olhar com os olhos quase fechados. Durante um instante até me fizeste acreditar que estavas a falar a sério sobre parar o casamento.

– E estava – retorquiu Alex, cada vez mais confuso. – Pensei… – a língua enrolou-se quando ela arqueou os lábios noutro daqueles sorrisos que faziam ferver as suas veias. – Raios.

– O que é que se passa? O que é que não correu bem? – perguntou ela deixando de sorrir.

Alex respirou fundo e esforçou-se por recuperar o controlo da situação e de si mesmo.

– Não tenho ideia do que estás a falar.

– Não tens ideia do quê?

– Não entendo nada do que disseste. Não sei nada sobre deixas, nem de improvisos, nem olhares de olhos quase fechados. Se fui convincente quando entrei e exigi que parassem o casamento foi porque pensava que estava mesmo a impedir um casamento.

– Pensaste que era um casamento a sério?

– Sim.

– E de quem era o casamento que querias impedir? – perguntou com os olhos quase fechados.

– Do meu irmão..

– Estou a ver – disse ela, suspirando. – Então não foi o Bernie que te mandou.

Irritado, Alex passou uma mão pelo cabelo.

– Nem sequer conheço ninguém chamado Bernie.

– Era isso que eu temia. Imagino que não existe nenhuma possibilidade de seres um actor à procura de trabalho, pois não? – perguntou ela com um tom de esperança.

– Nada disso. Sou advogado. Chamo-me Alex Stone.

Desirée quase se engasgou. Era Alexander Stone? Um gigante com os olhos de um guerreiro e a cara de um anjo? O homem cujo beijo lhe tinha feito ferver o sangue? Era o irmão sério, pomposo e mais velho de Kevin?

Mordeu o lábio inferior ao mesmo tempo que o observava com mais atenção. Agora via as suas parecenças com Kevin. E se não tivesse estado tão concentrada na peça e na sua reacção a ele, talvez tivesse descoberto as semelhanças. Afinal de contas, os dois homens tinham o cabelo escuro e traços muito atraentes. Mas enquanto o cabelo de Kevin era um pouco encaracolado nos extremos e lhe tocava no pescoço, o de Alex era liso e mais curto, fazendo com que o seu maxilar saliente fosse ainda mais saliente… e por algum motivo mais atraente para ela. E enquanto os olhos de Kevin eram de um castanho calmo que despertava imediatamente um afecto fraternal, os de Alex eram frios e escuros como um céu sem estrelas. E quando ele a olhou, quando aqueles olhos escuros como a noite recuperaram a vida com o desejo, não sentiu de maneira nenhuma sentimentos fraternais.

Não, Alexander Stone não a fazia sentir nada fraternal, reconheceu Desirée enquanto continuava a observá-lo. De facto, não conseguiu deixar de perguntar a si mesma o que sentiria ao ser beijada por ele de verdade.

– E tu és…?

– Desirée. Chamo-me Desirée.

Os dedos de Desirée fecharam-se à volta da mão que ele lhe estendia.

– Desirée? És a Desirée Mason?

– Sim – retorquiu, surpreendida tanto por ele saber o seu nome completo como por ter largado a sua mão rapidamente. – Por acaso o Kevin falou-te de mim?

– Oh, sim. Falou-me de ti.

E a julgar pelo seu tom gélido e pela maneira como contraía o maxilar, o que Kevin podia ter dito ao seu irmão mais velho sobre ela não era do seu agrado.

– És a actriz – continuou ele.

Fez com que a palavra actriz soasse como se fosse uma ladra.

– Sim, sou.

– Estou a ver – disse-lhe ele com frieza.

– Era óbvio – comentou Desirée entre dentes.

– O quê?

– Eras bom demais para ser verdade.

– Perdão?

– Pensei que eras um bom actor – foi a sua resposta. – Demasiado bom para eu te confundir com um estudante de arte dramática.

– Obrigado.

– Se alguma vez decidires mudar de profissão, não te esqueças da de actor. Ficaste muito bem na cena.

– Não me parece que haja muitas possibilidades de que isso aconteça.

Desirée sorriu perante aquela resposta. O seu aspecto indicava que pensar nisso era uma coisa tão agradável como uma dor de dentes.

– Nunca se sabe. Há muitos advogados.

– E segundo as estatísticas, há a mesma quantidade de futuros actores.

– Provavelmente é por haver tantos advogados sem trabalho. Embora imagine que era de se esperar.

– E como é que chegaste a essa conclusão?

– Bom, pelo que vi do sistema legal, não há muitas diferenças entre representar e exercer advocacia. Um usa um cenário e o outro um tribunal.

– O que é que vamos fazer, Des? – perguntou Charlie, o padre da obra. – Vamos continuar a ensaiar ou não?

– Não – disse-lhe. A levantar a cauda do vestido de noiva, passou ao lado de Alex e parou no meio da sala. Bateu palmas. – Muito bem, ouçam. Por hoje é tudo. Mas quero-vos aqui amanhã às oito em ponto.

– Às oito?

– Sim. Em ponto – disse Desirée, a ignorar os gemidos. – E não quero que ninguém chegue tarde.

– E o pequeno-almoço? – perguntou O’Reilly, o noivo.

Desirée sorriu. A única coisa que O’Reilly gostava mais do que mulheres era comida.

– Rapazes, vou ver o que o Harry vos pode arranjar. Mas certifiquem-se de que chegam a horas.

O velho salão de baile encheu-se com o murmúrio de vozes e o arrastar de pés enquanto as pessoas saíam. Apesar das tentativas de ignorar a sua presença, Desirée sabia que Alex estava ali em pé. Sentia que ele estava a olhar para ela enquanto via os outros saírem, observando-a sem piedade ao microscópio como se ela fosse uma espécie estranha e nova.

Lançou-lhe um olhar e viu a maneira como aqueles olhos escuros a percorriam, voltavam a subir pelo seu corpo e demoravam-se na sua boca. As suas pulsações traidoras dispararam ao lembrar-se do beijo. De repente entre eles voltou a aparecer aquela sensação arrebatadora. Afastou o olhar rapidamente e respirou fundo. Devia ter perdido os sentidos. De maneira nenhuma se queria envolver com Alex Stone. Eram como a água e o azeite. Para começar, e pelo que Kevin lhe tinha contado, o seu irmão gostava de mulheres e elas gostavam dele, mas era contra o casamento. Enquanto ela… ela queria casar algum dia e aproveitar bem a expressão «E viveram felizes para sempre», que os seus pais e a sua irmã tinham descoberto. Dirigiu-se ao banco da falsa igreja para ir buscar o ramo que lá tinha deixado.

Com uma velocidade que a surpreendeu, Alex apareceu à sua frente, impedindo-a de continuar.

– Não estás nada interessada na minha presença aqui? Ou é porque pensei que ias casar com o meu irmão?

Com um metro e setenta de altura, Desirée não tinha que levantar o olhar para estar à mesma altura que a maioria dos homens, especialmente quando tinha saltos de oito centímetros de altura, como naquele momento. Mas com Alex teve que inclinar a cabeça para trás.

– Deduzi que procuravas o Kevin.

– Pois procuro.