Editado por Harlequin Ibérica.

Uma divisão de HarperCollins Ibérica, S.A.

Núñez de Balboa, 56

28001 Madrid

 

© 2001 Judy Christenberry

© 2019 Harlequin Ibérica, uma divisão de HarperCollins Ibérica, S.A.

Amante e pai, n.º 633 - abril 2020

Título original: Newborn Daddy

Publicado originalmente por Harlequin Enterprises, Ltd

 

Reservados todos os direitos de acordo com a legislação em vigor, incluindo os de reprodução, total ou parcial.

Esta edição foi publicada com a autorização de Harlequin Books S.A.

Esta é uma obra de ficção. Nomes, carateres, lugares e situações são produto da imaginação do autor ou são utilizados ficticiamente, e qualquer semelhança com pessoas, vivas ou mortas, estabelecimentos de negócios (comerciais), feitos ou situações são pura coincidência.

® Harlequin, Sabrina e logótipo Harlequin são marcas registadas propriedades de Harlequin Enterprises Limited.

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Imagem de portada utilizada com a permissão de Harlequin Enterprises Limited.

Todos os direitos estão reservados.

 

I.S.B.N.: 978-84-1348-290-3

 

Conversão ebook: MT Color & Diseño, S.L.

Sumário

 

Créditos

Capítulo 1

Capítulo 2

Capítulo 3

Capítulo 4

Capítulo 5

Capítulo 6

Capítulo 7

Capítulo 8

Capítulo 9

Capítulo 10

Capítulo 11

Capítulo 12

Se gostou deste livro…

Capítulo 1

 

 

 

 

 

Ryan Nix olhou para os recém-nascidos no hospital local. Não estaria ali se a sua irmã, Beth, não tivesse acabado de dar à luz. Costumava evitar o contacto com bebés desde que o seu filho, Ryan Júnior, e a sua mulher, Merilee, tinham falecido há três anos atrás.

Mas tinha de admitir que o seu sobrinho era um menino muito lindo.

A enfermeira entrou no berçário a carregar um embrulho cor-de-rosa. Uma menina. Ryan já estava quase a afastar-se da janela do berçário quando a jovem colocou a menina no berço, ao lado do bebé de Beth. Então, pendurou a etiqueta no lugar. Quando a rapariga saiu, Ryan olhou para a identificação, sem estar a reparar bem até que algo muito familiar lhe saltou aos olhos.

O seu nome. Estava listado como pai!

Sentiu uma pontada no estômago e procurou na etiqueta pelo nome da mãe. Emma Davenport.

Encostando as mãos no vidro para se apoiar, tornou a ler mais umas dezenas de vezes, certificando-se de que não se enganara. Aquilo era um absurdo. Aquele tinha de ser outro Ryan Nix.

Outro Ryan Nix que vivera um romance com outra Emma Davenport, que terminara havia sete meses.

Sim, claro.

Mas que coisa! Tinha-lhe dito, com todas as letras, que nunca teria outro filho e que nunca se casaria de novo. Será que ela não o ouvira? Na verdade, ele fora um tanto rude. Talvez Emma acreditasse que poderia substituir Merilee e dar-lhe um filho tão perfeito quanto Ryan Júnior, substituindo, assim, a sua família perdida.

Depois de terminarem o namoro, nunca mais a viu.

Sem pensar, Ryan correu para o balcão de informações.

– Em que quarto está Emma Davenport?

– No 212, senhor. – A rapariga pareceu pronta para acrescentar algo, mas Ryan nem esperou.

O quarto era do lado oposto da de Beth.

As botas de cowboy não eram nada silenciosas. Muito menos naquele momento, em que ele se apressava, irado, pelo corredor. Sentia-se traído e ia dizer isso mesmo à traidora.

Entrou no quarto e falou, de maneira agressiva:

– Emma Davenport!

Uma face pálida, menor ao que ele se recordava, estava repousada na almofada.

– Como ousas?! Eu avisei-te que não queria um filho! Achaste que eu estava a mentir? Pensaste que me forçarias a casar, com esta armadilha?! – Ryan franziu a testa, ao ver que ela não dizia nada.

– Emma! Tu ouviste-me?

A porta abriu-se.

– Suponho que todos o ouviram, senhor Nix – disse uma enfermeira que fora amiga da mãe dele. – Poderia sair do quarto, por favor?

– Não! Eu quero algumas respostas! – Ryan encarou Emma.

Então, ergueu uma sobrancelha. As suas faces muito brancas tinham perdido ainda mais a cor. Antes que pudesse expressar preocupação, a enfermeira pegou-lhe pelo braço.

– Acho que seria melhor o senhor sair. A nossa paciente precisa de descansar.

– Emma!

– Por favor, vá.

Antes que Ryan pudesse tornar a questionar Emma, a senhora conduziu-o ao corredor.

– Ryan, qualquer assunto que tenha para discutir com a menina Davenport terá de esperar, por enquanto. Ela está a passar por um momento difícil e precisa de toda a energia para se recuperar.

– O que quer dizer? – Então, Ryan lembrou-se de quão pálida e apática estava Emma. – O que é que ela tem?

– Vocês, os homens! A menina Davenport acaba de ter uma criança! Agora, fique fora daquele quarto ou chamarei o médico!

Ryan andou de lá para cá, confuso, ainda zangado, porém preocupado. Passou pelo berçário no caminho para o quarto da irmã e parou para ver a criança que tinha escrito o seu nome como pai.

Como podia aquela coisinha tão delicada ser parte dele? Mesmo quando Ryan Júnior era bebé, não parecera tão pequenino, nem tão delicado. Bonito como Emma.

Contraiu os músculos sem querer. Agira mal há sete meses atrás quando…

Sete meses! Horrorizado, respirou fundo e encostou-se contra a parede. Emma já estava grávida quando lhe sugeriu mudar-se para a casa dele e formarem uma família.

E Ryan gritara com ela e mandara-a embora.

A sua mãe educara-o para ser um cavalheiro, mas não o fora, naquela ocasião. Gostara do corpo de Emma. Admitia até ter gostado dela.

Era diferente de Merilee. A sua mulher fora vibrante, cheia de vida, sempre o centro de tudo. Emma era tranquila, reservada, às vezes até tímida. Ryan notara que ela tinha o mesmo tipo de solidão arrebatadora que ele sentia.

Pensara que Emma entenderia o porquê de ele não querer nada sério, nada permanente. E Emma também nunca lhe tinha exigido nada.

Quando a deixou, depois daquela sugestão hesitante, nunca lhe ocorrera que ela já estivesse grávida. Envergonhara-se do que fizera. Tinha até mesmo considerado desculpar-se, mas não queria que Emma pensasse que ele mudara de ideia. Sorte dela livrar-se dele e prosseguir sozinha.

Mas não poderia, porque estava grávida.

– Que lástima!

– Ryan? Admirando o meu filho? Ele não é um presente de Deus? – Jack Kirby, o marido de Beth, interrompeu-lhe os devaneios. – Oh, desculpa-me, Ryan! Eu estava tão excitado que me esqueci… quero dizer… Vieste ver Beth?

– Sim – assentiu Ryan, melancólico. – Foi isso que vim fazer.

Os dois seguiram até ao quarto de Beth. A irmã de Ryan sorria, e Jack correu para o lado dela, abraçando-a e beijando-a, antes de se referir a Ryan.

– Ei, meu amor, viste quem está aqui?

– Ryan, estou muito feliz por teres vindo! Já o viste? O meu bebé não é lindo? – O rosto de Beth transbordava felicidade.

Tudo o que surgiu na mente de Ryan foi a imagem pálida de Emma e a tristeza no seu olhar. Olhou à volta. O quarto era idêntico, mas o de Beth estava cheio de flores… e com um marido apaixonado.

Emma não tinha nada.

O remorso invadiu-o. Emma estivera sozinha nos últimos meses. De repente, tornava-se fácil de entender por que a sua irmã a tinha ido ver para lhe oferecer a sua amizade depois de eles terem terminado o namoro e Emma recusara, alegando que seria muito doloroso.

Ryan às vezes perguntava a Beth se tinha notícias sobre Emma. Mas ela não saía muito de casa, vivia reclusa.

Escondendo a gravidez…

– Ryan? Isto é muito difícil para ti? Se for, podes ir embora, eu irei entender. – Beth ofereceu um sorriso amoroso, esquecendo a própria alegria para se preocupar com o irmão.

Ele inclinou-se e beijou-a na face.

– Não, querida, estou bem. O teu filho é lindo. Tens todo o direito de estar orgulhosa.

Os dois olharam para ele.

– Já avisaram o pai e a mãe?

– Ah, sim, acabei de falar com eles. Devem estar a fazer as malas agora. O pai até sugeriu que a mãe viesse de avião, mas ela insistiu em acompanhá-lo de carro, para se certificar de que ele não se vai perder. – Beth riu.

Os pais deles eram reformados e tinham-se mudado para a Florida logo após o casamento de Beth, há dois anos atrás.

– Quando tens alta? – Ryan imaginou que, visto que os dois bebés tinham nascido no mesmo dia, Emma iria para casa no mesmo dia que a sua irmã.

– Amanhã ou quinta. O médico disse que irá depender da nossa recuperação. Ryan, ficaste chateado por termos dado o teu nome ao bebé?

Ele tentou parecer contente.

– Não, querida, fiquei muito vaidoso. Ryan Jackson é um nome e tanto. Bem, agora tenho de ir. Precisas de alguma coisa, Beth?

– Não, querido, Jack está a cuidar muito bem de mim.

E Emma estava só.

Ela chegara à cidade fazia quase um ano, para ser a nova bibliotecária. Como era tímida, demorou um pouco para fazer amigos, apesar de todos gostarem muito dela.

Ryan conhecera-a por acaso, ao fazer compras para Billy, um cowboy reformado que cuidava da sua casa e da cozinha, e tinha torcido o pé. E Emma oferecera-se para o ajudar na escolha do livro.

A atracção instantânea surpreendeu Ryan e até o incomodou, mas Emma não parecia esperar atenção. Depois de toda a gente ter tentado empurrá-lo para os braços de uma mulher qualquer, o desinteresse de Emma era… sedutor.

Assim, no dia seguinte, quando se apanhou a pensar nela, voltou à livraria com uma qualquer desculpa ridícula.

Outra vez ela o auxiliara, sugerindo outro livro para Billy, quando Ryan sabia que o seu empregado acharia que ele tinha enlouquecido. E então Emma afastara-se.

Nenhum interesse. De novo. Nenhum flirt, nenhuma insistência, nenhuma maquilhagem insinuante ou roupas sugestivas.

Ryan ficara parado no balcão, folheando as páginas e, num impulso, convidara-a para jantar quando terminasse o trabalho, alegando que odiava comer sozinho.

Emma aceitara o convite. Os olhos castanhos dela, ornamentados por pestanas escuras, tinham brilhado, os lábios delicados abriram-se num sorriso, e Ryan perguntara-se se ela estaria a enganá-lo. Parecia boa demais para estar só.

Porém, após o jantar, ele reparara que a solidão dela não era um truque. Emma não tentara seduzi-lo em nenhum momento.

E aquilo era tudo o que ele queria, assegurou a si mesmo. Excepto que tinha vontade de passar as mãos através daqueles cabelos escuros e sedosos. E tocar a sua pele macia. Não, tudo o que queria era uma companhia para jantar.

Apesar disso, passar na livraria na hora exacta de fechar tornara-se um hábito de Ryan. Jantar com Emma era algo que passara a esperar com ansiedade. Então, fora a casa dela.

Para conversar.

E passara lá a noite.

Mas não voltara à livraria nas três semanas seguintes. Sentia-se muito culpado para aparecer. Ela não era virgem, graças a Deus. Mas também não era experiente.

E quando tornou a procurá-la, Emma não dissera uma palavra sobre a sua ausência.

Assim como não falara nada a respeito do bebé.

– Ryan? Tudo bem contigo? – perguntou Beth, trazendo-o de volta à realidade.

– Sim, tudo. Vou indo. Tenho de visitar mais alguém.

– Quem? – Jack quis saber. – Eu não soube de nenhum amigo que…

– Ninguém que tu conheças. – Ryan dirigiu-se à porta.

Não sabia o que iria fazer, mas não estava pronto para lhes contar o que tinha acontecido.

 

 

Emma sentiu as lágrimas a escorrerem dos seus olhos fechados. Não sabia por que chorava. Deveria ser porque se sentia muito fraca. E com medo do futuro.

– Sabia que ele ficaria zangado – resmungou consigo mesma.

Ainda mais descobrindo por outra pessoa. Talvez uma das enfermeiras lhe tivesse contado. Afinal, ela colocara o nome dele na etiqueta de nascimento.

Aquilo fora um erro.

Mas pretendia contar-lhe sobre o bebé. Só que estivera cansada, muito triste e sem forças para lidar com a situação. Também tivera muito medo de que Ryan insistisse num aborto com o qual ela jamais concordaria.

Emma fora abandonada à porta de uma residência ao nascer. Primeiro, ficara doente e, por consequência, ninguém quisera adoptá-la. Os anos passaram-se, e mudou-se de um orfanato para outro. Ficou mais saudável, porém nunca fora o bebé engraçadinho que alguém desejasse.

Jurara que, se um dia tivesse um filho, ele seria amado e desejado. E cumpriria aquele juramento, não importava o que acontecesse. Precisaria de voltar ao trabalho na próxima segunda-feira, mas preparara um pequeno espaço para a criança, atrás do balcão. Levaria Andreia consigo.

No entanto, nem sequer conseguia levantar-se da cama sem ajuda. Rezava para se recuperar rapidamente, sobretudo porque não tinha condições de pagar tantos dias de internamento. E não poderia ficar deitada, em casa.

A porta abriu-se de novo, e o homem que ela amava, e que a odiava, entrou. Pelo menos desta vez não estava a gritar. Mas, de qualquer forma, Emma alcançou a campainha para chamar a enfermeira. Estava demasiado exausta para lidar com Ryan naquele momento.

– Emma, está tudo bem contigo?

A gentileza dele surpreendeu-a, mas sabia que seria melhor não confundir aquele gesto. A enfermeira, sem dúvida, avisara-o para não ser tão barulhento.

– Sim. Lamento muito que alguém te tenha…

– Ninguém me contou. Eu estava a olhar para os… bebés quando a enfermeira entrou no berçário com o teu. E a etiqueta mostrava que eu era o pai.

Teu. Ele não podia ter escolhido uma forma melhor de deixar bem claro que não tinha nenhum interesse no bebé.

– Desculpa-me. – Emma desviou-se para a janela.

A porta tornou a abrir-se.

– Ryan Nix, eu avisei-o para não voltar aqui! – Margie Long, a enfermeira que o tirara dali da primeira vez, encarou-o.

– Ora, senhora Long, estou a ser educado. Apenas quero fazer algumas perguntas.

– Emma, querida, queres visitas?

Emma continuou a olhar para a janela; sabia que se fitasse Ryan não seria capaz de o mandar embora.

– Não, estou cansada.

– Emma!

– Desculpe-me, Ryan, mas as novas mães são as chefes aqui. Saia. – Margie agarrou-o pelo braço e conduziu-o lá para fora.

Emma não se moveu até os ouvir sair. Então, olhou para o lugar onde Ryan estivera, desejando que tivesse tido forças para o contemplar. Para memorizar aquelas feições, para se lembrar do toque dele. Do seu amor.

Pensara que Ryan a tivesse tocado com amor. Em vez disso, fora apenas sexo. Não sabia muito sobre homens, não acreditara que eles poderiam ir para a cama com uma mulher sem sentir nada.

Agora acreditava. Ryan deixara isso muito claro.

Assim, restavam ela e Andreia. Emma preparara-se para aceitar esse facto, a fim de que elas não necessitassem de ajuda. Mas não planeara ficar doente. Ainda assim, as duas superariam aquilo.

Estava determinada.

 

 

– Não leu a etiqueta de identificação da criança? – perguntou Ryan, irritado. – Diz que sou o pai. Isso dá-me alguns direitos, ou não?

– Daria, se o senhor fosse também o marido. De outra forma, não. O senhor contou à sua mãe? – A senhora Long falava de modo a censurá-lo, o que o aborreceu ainda mais.

Não precisava de ser lembrado de que a sua mãe ficaria zangada com ele.

– Não. Mas que coisa! Só descobri isso há alguns minutos!

– Oh, sim! – Margie pressionou os lábios. – Todos nós ficámos um pouco surpreendidos.

Ryan pensou sobre todas as visitas que Beth fizera ao médico.

– Emma não fez nenhum exame pré-natal?

– Ela disse que fez em Buffalo. – Parecia que a senhora Long não estava convencida disso.

Buffalo, no Wyoming, não era grande, mas a cidade deles tinha um hospital maior do que o de Franklin.

– Buffalo? Porquê lá?

– Imagino que a menina Davenport não queria que ninguém por aqui soubesse. Houve alguns boatos, mas ela não estava a namorar com ninguém, então todos acharam que apenas tinha engordado. Ela usava roupas largas. – Após uma pausa, indagou: – Vocês terminaram o namoro há muito tempo, não?

– Sim.

– Talvez Emma tenha começado a sair com outra pessoa, mas colocou o seu nome na certidão.

O forte sentimento de protecção não permitiria que Ryan deixasse dúvidas sobre aquilo.

– Não! Não, o bebé é meu.

– Certo.

– O que está errado com ela, senhora Long? Sei que já disse que a palidez se deve a Emma ter acabado de dar à luz, mas vi a minha irmã, e Beth está óptima.

– A menina Davenport teve complicações.

– O bebé está bem? A menina parece tão pequena…

– Oh, é uma linda e saudável menina – comentou a senhora Long, com um sorriso de avó no rosto.

– Então por que Emma está tão descorada?

Chegaram no balcão de informações.

– É o normal dela ser pálida, acho.

– Não me responda assim, Margie. Quero saber o que se passa.

– Você não é o marido, Ryan. E não tem o direito de saber sobre o estado de saúde dela.

– Steve é o médico de Emma? Foi ele quem fez o parto?

Steve era um velho amigo de Ryan, o homem que fez o parto do seu filho e tentou salvar tanto Merilee quanto o menino, depois do acidente.

O elevador abriu-se, e outra enfermeira chegou ao balcão.

– Desculpe-me pelo atraso, Margie. Olá, Ryan. Vieste para ver o bebé de Beth?

– Sim, Susan. Já o vi. É um lindo menino.

Susan deu uma palmadinha no braço dele.

– Bom para ti. Eu sabia que tu virias cá, ainda que isso seja difícil para ti.

Ryan e Susan tinham frequentado a mesma escola. Se Margie Long largasse o turno, sabia que teria mais oportunidades de obter informações com Susan. Talvez até pudesse visitar Emma outra vez.

– Não permita que esse rapaz se aproxime do 212. Emma não quer nenhuma visita – ordenou Margie, pegando na mala para ir embora. – Além do mais, ela não está suficientemente bem para isso. – Com um aceno de cabeça para Ryan, partiu.

Susan virou-se para ele.

– Tu e Emma reataram? Pensei…

– Não. Mas ela teve um bebé meu hoje, e a senhora Long não quer contar-me nada.

Susan ficou impressionada com aquele relato tão brusco.

– Um bebé teu? – Arregalou os olhos, perplexa.

– Sim. E quero vê-la.

– Não posso deixar-te entrar, Ryan. Não depois da ordem de Margie. Eu seria despedida. – Susan olhou por cima do ombro dele, como se Margie estivesse escondida na curva do corredor.

Ryan bufou, frustrado.

– Certo. Podes pelo menos contar-me por que razão ela parece tão doente?

Susan puxou a ficha médica e leu.

– Bom… posso dar-te uma ideia geral de algumas coisas.