Editado por HarperCollins Ibérica, S.A.
Núñez de Balboa, 56
28001 Madrid
I’ll Be There for You
Título original: I’ll Be There for You
© 2018, Kelsey Miller
© 2019, para esta edição da HarperCollins Ibérica, S.A.
© Tradutora, Fátima Tomas da Silva
Publicado originalmente por Hanover Square Press, Ontario, Canadá.
Reservados todos os direitos, inclusive os de reprodução total ou parcial em qualquer formato ou suporte.
Esta edição foi publicada com a permissão da Harlequin Books, S.A.
Esta é uma obra de ficção. Nomes, personagens, lugares e situações são produto da imaginação do autor ou são usados ficticiamente, e qualquer semelhança com pessoas, vivas ou mortas, estabelecimentos comerciais, factos ou situações são mera coincidência.
1ª edição: Setembro 2019
ISBN: 978-84-9139-413-6
Conversão ebook: MT Color & Diseño, S.L.
Sumário
Créditos
Introdução. O momento doce
Primeira Parte
1. Aquele que quase não foi
2. Aquele dos seis amigos e da fonte
Segunda Parte
3. Aquele de Marcel e George Clooney
4. Aquele das duas mulheres que se casam
5. Aquele em que todas cortamos o cabelo
6. Aquele de depois do depois da Super Bowl
7. Aquele em que chegam a Londres (e ao resto do mundo)
Terceira Parte
8. Aquele em que tudo mudou
9. Aquele em que ninguém morria
10. Aquele que acabou duas vezes
11. O Regresso
Agradecimentos
Entrevistas
Fontes
Para os meus amigos
Há alguns meses, entrei no ginásio, escolhi a máquina do costume e carreguei no botãozinho desgastado do monitor para sintonizar o canal 46. Estávamos a meio da tarde: Uma hora mágica no ginásio. Embora a sala estivesse cheia, reinava um silêncio estranho, unicamente quebrado pelo barulho dos pneus das bicicletas estáticas e pelo tamborilar rítmico dos ténis na passadeira. Em Nova Iorque, os ginásios têm fama de ser um pouco imponentes: Sítios onde as pessoas vão exibir-se e onde abundam os prodígios atléticos e os portentos da natureza que, sem suar uma só gota, olham de esguelha enquanto levantam quinhentos quilos ou fazem piruetas à frente do espelho. Em conjunto, esta imagem ajusta-se bastante à realidade. Contudo, não às cinco e meia da tarde. A essa hora, impera a calma, ninguém nos julga com o olhar e os nova-iorquinos relaxam fazendo cardio enquanto veem repetições de séries em algum canal por cabo. Nesse dia, ao entrar, vi as caras de sempre alinhadas nos aparelhos sofisticados do ginásio: Alguns viam Anatomia de Grey, outros preferiam Lei & Ordem e havia ainda outros que até se atreviam com Family Guy, assim, sem nenhum pubor. Porque, às cinco e meia da tarde, ninguém olha para nós de lado. Eu sintonizava sempre o canal 46, onde todas as tardes a TBS emitia a Friends.
Adotara esse costume há alguns anos, mais ou menos na mesma época em que comecei a fazer exercício com regularidade. Na altura, tinha vinte e tal anos e, até esse momento, o exercício fora uma daquelas coisas que ou fazia compulsivamente ou abandonava por completo. Como a maioria das raparigas jovens (pelo menos, das que eu conhecia), até então, convencera-me de que o exercício servia apenas para melhorar o físico ou para «eliminar» a fatia de piza de um dólar que comera na rua com os amigos depois de beber cinco copos de um vinho asqueroso. Naquele momento, no entanto, entrara numa fase nova de maturidade. Pedia boas pizas e comia-as em casa com o meu parceiro estável, não muito perto da hora de nos deitarmos para não ter de tomar também um antiácido. Fazia exercício por motivos de saúde, como uma verdadeira adulta. Era aborrecido e coerente e a verdade é que eu gostava. Havia outras coisas que não gostava do facto de estar a envelhecer (como lembrar-me de ter sempre antiácido em casa), mas o ginásio não era uma delas. Porque ali, todas as tardes, podia ver a Friends e viajar para o passado durante um momento.
O canal 46 transformou-se numa escapadela nostálgica ao fim do meu dia de trabalho adulto. Podia pedalar na elíptica enquanto via o episódio em que a Monica saía acidentalmente com um adolescente ou aquele em que o Chandler ficava fechado no multibanco com Jill Goodacre. Na verdade, nem sequer sabia muito bem quem era Jill Goodacre. Só sabia que era uma modelo da Victoria’s Secret dos anos noventa e voltar a ver o episódio era como regressar a uma época em que tanto ela como a Victoria’s Secret eram referências constantes dentro da cultura popular.
Nunca me considerara uma seguidora acérrima da Friends, embora tivesse visto a série, claro. Tinha dez anos quando estreou, em 1994, e estava na universidade quando saiu do ar. Foi uma das séries de televisão mais vistas — ou, melhor dizendo, um dos maiores fenómenos culturais — desses anos e o seu impacto enorme ficou gravado no meu ADN como o vestígio de uma radiação. Cortei o cabelo como a Rachel quando estava no secundário, vi o último episódio com um grupo de amigas chorosas e, se me esforçasse um pouco, acho que até conseguia recordar a letra completa de Smelly Cat. Contudo, esse era um conhecimento muito básico da Friends, dados que era muito difícil não ter, pois a série estava sempre presente, de uma forma ou de outra. Encontrava-a de madrugada na televisão dos quartos de hotel ou ouvia a música de abertura num supermercado e já não conseguia tirá-la da cabeça durante dias. A Friends transformou-se num ponto de referência comum nas conversas. («Sabes, o Adam Goldberg, do filme Juventude Inconsciente, esse que fazia de companheiro de apartamento do Chandler, o estranho que tinha um peixe… Sim, esse»). Nunca comprara os DVD, mas tinha-os sempre à mão: Ou eram deixados em casa por uma antiga companheira de apartamento ou eram trazidos por uma nova. Quando a série começou a emitir-se na Netflix, no dia de Ano Novo de 2015 (depois de vários meses de campanha publicitária intensa), comecei a vê-la para me passar a ressaca. Todos os meus colegas de trabalho fizeram o mesmo, como descobri no dia seguinte. Os verdadeiros fãs nem sequer esperaram que o dia nascesse: Começaram a vê-la pouco depois da meia-noite e não pararam até ao amanhecer. Gostava de voltar a ver um episódio de vez em quando, mas presumia que era uma fã comum da Friends, como eram, mais ou menos, todos os outros.
Ao princípio, os episódios que via no ginásio eram apenas mais um estímulo, bastante entretido, mas sem importância, da minha rotina de exercício. A diversão consistia em ver a série «à moda antiga»: Numa televisão a sério. Gostava do desconforto que isso trazia (incluindo os anúncios) e de não poder escolher que episódio ia ver. Um dia, emitiram Aquele com o Bolo e pensei algo que há anos não me passava pela cabeça: «Vi este episódio recentemente.» Mas até gostava desses pequenos inconvenientes.
Em pouco tempo, comecei a ajustar o meu horário de treino ao horário dos episódios. Sabia muito bem a programação da TBS, a distância entre o trabalho e o ginásio e a que horas tinha de sair do escritório para chegar a tempo de ver a série. Alguns anos depois, quando já trabalhava por conta própria em casa, tudo se tornou ainda mais simples. A única coisa que tinha de fazer era madrugar para acabar de trabalhar por volta das cinco da tarde e chegar ao ginásio a tempo de ver, por exemplo, o episódio Aquele da Sanduíche do Ross. Àquelas alturas já podia confessar que as cinco e meia da tarde se transformaram no meu novo horário nobre e que a Friends era novamente a minha série de televisão imprescindível.
Que conste que também fazia outras coisas. Tinha uma vida. Era escritora e vivia em Nova Iorque, num apartamento bastante bonito (embora não tanto como o da Monica, mas, claro que isso é impossível), com um namorado ótimo com quem ia casar-me. Tinha os meus maus momentos, como todos os outros, mas, em geral, tinha uma vida bastante boa. Não teria querido voltar a ter vinte anos, nem mesmo por todo o ouro do mundo. Sobretudo, não teria querido voltar a essa época em que me embebedava e comia piza na rua. Portanto, porque é que, se estava a aproximar-me dos trinta, me agarrava de repente a uma série de há duas décadas que girava em torno de um grupo de pessoal de vinte anos?
Só descobri a resposta nesse dia, há alguns meses, quando entrei no ginásio, quis ver a Friends… e não a encontrei. Acontecera alguma coisa. No canal 46 já não estava a TBS, mas um canal horrível de desportos. Fui mudando de canal freneticamente enquanto pensava numa mensagem de correio eletrónico dirigida ao ginásio a queixar-me do erro terrível que tinham cometido ao mudar de fornecedor de televisão por cabo. Olhei à minha volta, esperando ver caras de indignação entre os meus companheiros, mas não vi nenhuma. Talvez estivesse enganada a respeito das pessoas das cinco e meia e do vínculo — um pouco vergonhoso — que nos unia. Era a esquisita do ginásio? Passaram dez longos minutos enquanto continuava parada na máquina, a carregar distraidamente nas teclas, com os olhos esbugalhados e o olhar perdido. (Efetivamente, era a esquisita.)
Nesse momento, pensei em todas as vezes que recorrera à Friends: Os dias em que estava doente, as noites de insónia em quartos de hotel desconhecidos, o dia em que fui rejeitada por tal empresa ou por tal rapaz de quem gostava… Era um bálsamo reparador quando tinha um dia mau, isso já sabia. Porém, também recorrera à Friends em momentos de tristeza profunda e ansiedade: Enquanto chorava a morte dos meus avós ou esperava para saber o resultado de uma biopsia. Em dias assim, a Friends não era uma simples forma de evasão: Era um consolo, caloroso e reconfortante. Gostava das piadas, embora as soubesse de cor, e da sinceridade sem complexos. E não era a única. Durante as semanas posteriores à minha pequena crise nervosa na máquina do ginásio, falei com outras pessoas e todas me disseram o mesmo. Normalmente, começavam por confessar, um pouco envergonhadas: «Ou seja, parece que dependo emocionalmente de uma comédia televisiva! E tu? Tudo bem?»
Muitas pessoas da minha idade contaram histórias das diferentes fases por que tinham passado com a Friends. Algumas recordavam ter visto a série depois do onze de setembro. Muitos falavam das eleições de 2016 ou do tiroteio de Las Vegas em 2017. Viam a Friends quando as notícias dos telejornais se tornavam insuportáveis. Para quem cresceu a ver a série, era uma forma de recordar uma época mais simples, menos conflituosa, não do mundo em geral, mas das nossas próprias vidas. Muitos viam a série durante épocas de depressão intensa ou de stress: Fins de relações, desemprego, os primeiros meses de insónia depois de ter um bebé… «Mas porquê a Friends?», questionava-me. Porque a série tocava em todos esses assuntos com um bocadinho de otimismo? Era esse eco emocional que procuravam ao vê-la? «Não, nem pensar», diziam-me. «É divertida, mais nada.»
Muitas dessas pessoas chamavam-lhe «reconfortante». Falavam da sua ligeireza, do seu distanciamento da realidade. Viam-na porque não conseguiam identificar-se com ela. É absurdo! Seis pessoas adultas com o cabelo sempre perfeito que se encontram para beber alguma coisa num café em pleno dia? Quem paga esses cafés de tamanho gigante? A Friends, para essas pessoas, era puro escapismo.
Para outros, pelo contrário, era algo completamente diferente. Quando comecei a escrever este livro, falei com pessoas dos Estados Unidos e de outros lugares do mundo sobre a sua relação com a Friends. E todos pareciam ter algum tipo de relação com a série, mesmo que não a seguissem ou nunca tivessem visto um episódio completo. A minha amiga Chrissy, que foi criada entre os Estados Unidos e a Suíça, pertence a este último grupo. Confirmou-me que a Friends era igualmente famosa em ambos os países, apesar das suas diferenças culturais. «Para os europeus que nunca tinham atravessado o charco, a Friends equivalia aos Estados Unidos», dizia-me Chrissy. Pensava que se referia a coisas como as calças de fato de treino, a não poder pagar o atendimento médico e a outras facetas da vida americana de que não padecem na Europa. Contudo, novamente, estava enganada. «É por causa da simpatia», esclareceu-me Chrissy. «Os americanos sorriem assim que se apresentam. Falam connosco como se nos conhecessem há anos.» Conforme me contava, para os suíços, os turistas americanos eram como alienígenas de uma simpatia suspeita. A Friends, com o seu humor desenvolto e as suas personagens íntimas, ajudou-os a entender esse traço peculiar dos americanos: Talvez os americanos fossem, simplesmente, pessoas muito cordiais em geral. Ou talvez fossem apenas os nova-iorquinos.
Também falei com a editora de moda Elana Fishman, que foi criada no sul da Florida e, agora, vive em Manhattan. Fishman — que é uma fã acérrima da Friends — também criou uma primeira ideia da vida em Nova Iorque através da série. Passou os seus anos do secundário a ver os DVD com a irmã todas as tardes e, embora soubesse que a Friends era uma fantasia, havia sempre alguma coisa na série que tinha vestígios da realidade. «Até certo ponto, pensava: “Está bem, isto não é nada realista, mas e se pudesse ser?”», contou-me. Fishman sonhava com estudar em Nova Iorque e, depois, trabalhar lá como jornalista. A Friends emocionava-a e enchia-a de ilusões. Não era uma via de escape da realidade, mas uma forma de vislumbrar um futuro possível. Sabia que a sua vida não seria exatamente como a Friends, mas talvez pudesse ser parecida. «Talvez», pensava, «possa mudar-me para Nova Iorque e tornar-me amiga de uma rapariga que tenha um apartamento arrendado em Greenwich Village. Depois, viveremos lá, juntas. Seria fantástico! Poderíamos tornar-nos amigas dos rapazes da frente e seríamos um grupo!» Essas coisas podiam acontecer. Seria muito estranho se acontecessem todas ao mesmo tempo, mas não impossível. «Portanto, ver a Friends era duplamente estimulante. Iria viver para Nova Iorque e, além disso, encontraria esse grupo de amigos», concluía Fishman, rindo-se. «É muito triste, eu sei.»
Não acho que seja triste. Acho que acerta completamente em cheio. E que é por isso que a Friends continua a ser uma das séries de televisão mais vistas agora. Calcula-se que, semanalmente, cerca de dezasseis milhões de americanos veem as repetições. Quer dizer, uma audiência igual ou superior à que alguns episódios da série tiveram ao emitir-se pela primeira vez. E esse número inclui apenas os espetadores que a veem na televisão. A Netflix tem os direitos de streaming desde 2015 e, desde a sua estreia bem-sucedida nos Estados Unidos, a empresa fez chegar a série a 118 milhões de assinantes (e ainda a aumentar) em todo o mundo. Dessa forma, a Friends continua a ter uma quantidade enorme de seguidores, uma quantidade que não diminui e que, em certos países, até aumenta. Em 2016, o seu índice de audiência rondava os 10 % no Reino Unido, onde os seus episódios se emitem no Comedy Central, um canal cujo público tem uma idade média entre 16 e 34 anos. Adolescentes que ainda não tinham nascido quando a Friends estreou deitam-se no sofá a vê-la depois das aulas. Jovens que voltam aos seus apartamentos partilhados às tantas da noite (cheios, talvez, de piza da rua) levam o portátil para a cama e adormecem a ver um episódio. E adultos não tão jovens, como eu, veem as repetições enquanto fazem exercício no ginásio.
A Friends conseguiu transcender barreiras culturais, de idade e de nacionalidade e até conseguiu superar os seus defeitos intrínsecos, essas coisas já obsoletas ou com as quais é impossível identificar-se. Porque, à margem de tudo isso, é uma série sobre algo universal: A amizade; uma série que fala do período de transição da primeira maturidade, quando os nossos amigos carecem de compromissos familiares e de namorado e, ao mesmo tempo, se sentem iludidos com o futuro e desorientados. A única coisa certa que têm é o vosso grupo de amigos.
A crítica cultural Martha Bayles chama a essa época da vida «o momento doce»: Um período fugaz de liberdade enorme e responsabilidade crescente, em que os amigos se agrupam em famílias da sua própria criação. «Em muitos países, os jovens carecem tanto de recursos como da aprovação dos mais velhos para viver esse momento», indica no seu livro Through a Screen Darkly. No entanto, a Friends é igualmente popular nesses países porque brinda, escreve Bayles, «a possibilidade de viver indiretamente esse momento doce». Com efeito, mesmo para quem conseguiu desfrutar dele, esse momento nunca foi tão doce como era na Friends. Os nossos problemas nunca se resolviam tão facilmente; nunca estávamos tão bem penteados e, como dizia antes, ninguém tinha um apartamento assim tão bonito. A verdade é que nem sequer os nossos amigos eram assim tão perfeitos. Alguns de nós sentíamo-nos muito sozinhos nesses anos e, em alguns casos, as nossas famílias de amigos eram disfuncionais. Para outros, o verdadeiro momento doce chegou depois. No entanto, todos somos capazes de reconhecer — e nisso a Friends acertou totalmente — esse afeto inconfundível e transformador que só pode existir entre os amigos a sério: Essa rede que nos apanha quando a família nos dececiona ou se desfaz; esse cabo a que nos agarramos quando o amor nos falha. Os amigos são essas pessoas que nos acompanham de mão dada, com passo firme, quando atravessamos um buraco. E, então, um bom dia, afrouxam a mão, o trecho de caminho que nos separa aumenta e, de repente, olhamos à volta e percebemos que estamos sozinhos, que deixámos para trás esse momento doce e temos o resto das nossas vidas pela frente.
Foi isso que percebi naquele dia no ginásio. Tinha trinta e três anos e um namorado estável. Não tinha muita certeza em relação ao futuro, mas também não estava totalmente perdida. Essa fase da minha vida estava há algum tempo a aproximar-se do fim. Desde há alguns anos, os meus amigos mais íntimos tinham-se mudado por causa do trabalho ou tinham-se casado. Tinham filhos, hipotecas e metas profissionais para alcançar. Meu Deus, se até eu me tornara sócia de um ginásio a que ia regularmente! Nada disso era mau. Aquela nova fase era muito emocionante, à sua maneira. Contudo, entrar nela equivalia a deixar para trás a anterior, juntamente com as relações que a acompanhavam. Os amigos estariam sempre presentes, claro, mas a nossa relação seria diferente. Não podíamos continuar a ter vinte e tal anos, tal como não podíamos voltar para o secundário ou para o acampamento de verão (e, além disso, quem queria?). Portanto, não tinha nada de estranho que tivesse voltado a algo que, para mim, era tão familiar. A Friends era uma forma de revisitar uma época da minha vida que estava a desaparecer; que se transformava, a pouco e pouco, mas inexoravelmente, numa lembrança longínqua.
Certo, era apenas uma comédia televisiva um pouco antiga e, em muitos sentidos, não se parecia em nada com a minha própria experiência de vida. Porém, no fundamental, parecia-se. Era uma série a respeito da amizade. Uma série que, como os velhos amigos, nunca nos abandonava por completo.