Editado por Harlequin Ibérica.
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© 2019 Harlequin Ibérica, uma divisão de HarperCollins Ibérica, S.A.
A princesa desdenhada, n.º 101 - maio 2020
Título original: The Drakon Baby Bargain
Publicado originalmente por Harlequin Enterprises, Ltd
Reservados todos os direitos de acordo com a legislação em vigor, incluindo os de reprodução, total ou parcial.
Esta edição foi publicada com a autorização de Harlequin Books S.A.
Esta é uma obra de ficção. Nomes, carateres, lugares e situações são produto da imaginação do autor ou são utilizados ficticiamente, e qualquer semelhança com pessoas, vivas ou mortas, estabelecimentos de negócios (comerciais), feitos ou situações são pura coincidência.
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Imagem de portada utilizada com a permissão de Harlequin Enterprises Limited.
Todos os direitos estão reservados.
I.S.B.N.: 978-84-1348-286-6
Conversão ebook: MT Color & Diseño, S.L.
Créditos
Capítulo 1
Capítulo 2
Capítulo 3
Capítulo 4
Capítulo 5
Capítulo 6
Capítulo 7
Capítulo 8
Capítulo 9
Capítulo 10
Capítulo 11
Capítulo 12
Epílogo
Se gostou deste livro…
Um beijo…
Eleni Drakos estava à entrada da sala de baile de ladrilhos brancos e pretos e olhava por trás da máscara. Um beijo de um homem que olhasse para ela com carinho e desejo nos olhos, um homem que pudesse fazê-la esquecer que, à sua frente, havia apenas um abismo de solidão absoluta.
Queria um beijo porque fazia trinta anos e estava farta da sua vida monótona, de fingir que não sentia uma pontada de dor cada vez que via a cunhada grávida ou que não desejava ter uma família própria. Vivera toda a sua vida segundo as regras que o pai, o rei Theos, impusera e que tinham garantido que os irmãos, Andreas e Nikandros, conseguiam tudo o que precisavam.
O que não previra fora que acabaria sozinha, como estivera durante todos esses anos.
Entrou na sala imensa de baile. Os lustres de cristal iluminavam os homens e mulheres elegantemente vestidos e não era a única que escondia a cara por trás de uma máscara. O baile de máscaras era uma tradição que a Casa de Drakos celebrava todos os anos, ainda que, devido à saúde mental do rei, não o tivessem celebrado nos últimos quatro anos.
No entanto, como os setores mais tradicionalistas estavam incomodados com a ausência prolongada de Andreas depois do falecimento do pai e como receavam que a colaboração entre Nikandros e Gabriel Márquez fosse um perigo para a economia de Drakon, ela propusera que, nesse ano, voltasse a celebrar-se como uma forma de os apaziguar.
Organizara o baile em três semanas.
A satisfação correu-lhe pelas veias ao observar as mulheres com os seus vestidos compridos e os homens de smoking que dançavam uma valsa lenta.
A máscara branca e preta que comprara na semana anterior numa viagem a Paris ficava especialmente bem com o batom vermelho-escuro e umas madeixas caíam-lhe pelas faces do coque alto com que apanhara o seu cabelo indomável. O vestido de seda vermelho e preto sem alças realçava a sua figura, como um relógio de areia, que não conseguia reduzir, nem mesmo com a dieta mais rígida. Os saltos de dez centímetros aumentavam o seu metro e sessenta e favoreciam a perna estilizada que podia ver-se entre a abertura do vestido que lhe chegava até à anca. Ficou pasmada quando se olhou ao espelho de corpo inteiro com moldura dourada. Sempre fora normal em comparação com os irmãos, os príncipes de Drakon, e a imprensa costumava recordar-lho ao chamá-la a Princesa Anódina, mas, naquele momento, sentiu-se quase bonita.
Como o pai teria dito, não estava mal para a Casa de Drakos.
Continuou a percorrer a sala de baile e maravilhou-se com a grandiosidade do hotel. Fora uma mansão vitoriana que estava a cair aos pedaços até a Márquez Holdings Inc. a ter renovado em três meses e a ter transformado num destino muito apetecido para os novos ricos que iam a Drakon graças ao interesse de Gabriel Márquez.
O magnata imobiliário implacável era um convidado no palácio e estava há três meses em Drakon para fiscalizar os seus investimentos. Casinos, complexos turísticos de luxo, estações de esqui, um circuito de categoria mundial… O mapa de Drakon estava a mudar com a orientação do seu irmão Nik e do senhor Márquez. A imprensa chamava-lhe um rei Midas dos tempos modernos, mas ela não teria acreditado na transformação do edifício se não o tivesse visitado há quase um ano.
Olhou para os jardins exuberantes enquanto bebia um gole de champanhe. O cheiro a rosas era muito intenso e ouviram-se as doze badaladas de uma igreja antiga na praça principal da cidade. Foi um gole maior do que devia ser. Sentiu a carícia das bolhas na garganta e suspirou. Foi um som que pareceu brotar-lhe do mais profundo da sua alma solitária.
A noite voltava a ser vazia.
– Porque sussurra assim…?
A voz grave e cavernosa fez com que sentisse um calafrio nas costas, que acompanhou a sensação borbulhante da garganta. O coração acelerou e virou-se, bem agarrada à balaustrada do terraço.
– Não queria interrompê-lo…
– Fique.
Ficou parada. Nem o pai, um homem mandão e difícil de agradar, fora tão cortante.
– Perdão…?
– Fique e faça-me companhia – repetiu o homem, sem se alterar com o tom seco dela.
O homem, apoiado de costas na parede, era imenso. Tudo nele transmitia força e, ao contrário do resto dos homens do baile, não usava uma máscara para tapar a cara, só as sombras a tapavam.
O seu cabelo, preto como o azeviche, emoldurava-lhe o rosto com umas ondas espessas e indómitas. A camisa branca elegante, com dois botões desabotoados, ajustava-se aos músculos. Tremeu só de ver como era largo e não pôde deixar de olhar para a sua estatura. Tinha os pés cruzados e o tecido das calças estava tenso devido à musculatura poderosa das coxas.
Engoliu em seco por causa de uma sensação de pressentimento e ele afastou-se da parede. Custou-lhe não ficar boquiaberta.
As feições masculinas cinzeladas, a boca larga com uma crueldade sensual… Era Gabriel Márquez, que fazia com que se babasse há meses, o homem que lhe recordava que era uma mulher a cada minuto que passava ao seu lado. Achava que o desejo desaparecera com Spiros, mas ainda ardia dentro dela.
Cada centímetro do seu corpo transmitia essa falta de piedade que o tornara lendário em todas as salas de direção da Europa. O coração acelerou mais enquanto esperava que a reconhecesse.
Os seus olhos cinzentos observaram-na com atenção. Mal olhara para ela durante os três meses de reuniões intermináveis e dos pedidos inumeráveis que fizera, não demonstrara ter reparado que era uma mulher.
Claro, naquele momento, era a princesa Eleni Drakos, que tinha de facilitar as coisas entre a empresa e o palácio. No entanto, nesse momento, era uma desconhecida mascarada e algo brilhou nos seus olhos que fez com que percebesse como a seda do vestido era fina e que parecia uma segunda pele…
– Tanta lamentação e tanto desejo dos lábios de uma mulher… É como um desafio para qualquer homem.
– Não era… desejo – contradisse ela, imediatamente.
– Vá lá, querida, os bailes de máscaras não servem para revelar os nossos desejos mais profundos enquanto escondemos a nossa aparência exterior? – Passou-lhe um dedo pela beira inferior da máscara. – Estás a salvo por trás dessa máscara.
Eleni agarrou-lhe o pulso quando o dedo se aproximou do lábio superior. Se lhe tocasse na boca…
– Porque não usa uma? – perguntou ela.
– Porque não tenho de me esconder para expressar o que quero e também não tenho de esconder quem sou para me reafirmar.
Todas as suas palavras gotejavam arrogância, mas porque não? Não havia uma só mulher no palácio que não ficasse com falta de ar ao vê-lo.
– Parece muito certo da sua beleza…
Ele encolheu os ombros.
– Sou o Gabriel Márquez, senhora…
Esforçou-se para encontrar um nome que não tivesse relação com a Casa de Drakos. Tomara todas as medidas possíveis para que, nessa noite, não se soubesse quem era. Até organizara o baile de forma a que os empregados e o irmão Nikandros pensassem que continuava em Paris. Só Mia sabia que estava ali e não queria que aquele homem descobrisse quem era, sobretudo, quando estava a observá-la com tal interesse que se sentia enjoada.
– Não pensou num nome falso antes de vir ao baile?
Ela percebeu o tom provocador e observou-o. Os seus olhos tinham um brilho brincalhão e Eleni sentiu algo por dentro.
– Não precisava de um nome para conseguir o que queria.
– Ena, agora, faz com que tenha mais curiosidade. Mesmo assim, gostaria que tivesse um nome para lhe chamar enquanto descubro o que queria para esta noite… e o que posso fazer para que o consiga…
Eleni tremeu devido à onda de excitação. Os olhos desavergonhados cravaram-se nos lábios dela. De repente, o coração acelerou e percebeu que o atraía.
– Cinderela – sussurrou Eleni, depois de pensar um pouco.
Havia carinho nos seus olhos e foi uma expressão tão pouco habitual no seu rosto sério que ela o observou com avidez. Era impressionante, mas o seu sorriso fazia com que ficasse com falta de ar.
– E espera esconder-se das meias-irmãs e da madrasta malvadas, como a Cinderela?
Ela sorriu e sentiu-se como uma adolescente. Sentiu-se desenfreada, bonita e desejada, como uma daquelas mulheres que seduziam os homens, que sabiam o que valiam, mulheres que passariam aquela noite nos braços dos amantes.
Mulheres que não tinham passado a vida à espera de um homem que lhes prometera o mundo, mulheres que tinham tido a coragem de perseguir o que queriam em vez de chorar por um homem que desaparecera das suas vidas há anos.
Não pensara que Gabriel Márquez podia tentar conquistá-la, mas não era o que desejava nos seus sonhos mais desenfreados? Então, porque não haveria de aceitar o que queria? Porque não haveria de viver o momento? Porque não haveria de acreditar na fantasia de que era bonita, desejável e segura de si própria e de que esse fogo que via nos olhos dele era causado por ela?
– Acertou à primeira – respondeu ela.
– Parece-me familiar, Cinderela.
Eleni ficou rígida e fez um esforço para não se alterar.
A frivolidade desapareceu dos olhos dele, que ficaram frios e duros como uma pedra.
– Vieste ao baile para me procurar, Cinderela?
– Pensas muito em ti próprio, não é?
– As mulheres estão sempre a pedir-me favores – replicou. – Acabamos por nos cansar.
– Tem de ser agradável acreditar que o mundo gira à nossa volta.
Ele inclinou a cabeça para trás e riu-se e ela sentiu-o como uma carícia de prazer pela pele. As costas largas agitaram-se. Uns sulcos leves formaram-se na sua cara que, embora fosse muito dura, pareceu mais bonita.
– Quanto mais te ouço, mais gosto de ti. Diz-me a verdade, não nos vimos antes?
– É possível que de passagem, mas, mesmo que me tivesses visto, não terias reparado em mim.
– Não acho que te tivesse esquecido.
Ele aproximou mais os braços e ela conseguiu sentir o seu cheiro a sândalo e a algo tão inequivocamente viril que fez com que quisesse esquecer-se de toda a prudência e acariciar-lhe essa pele.
– Então, Ella, se não te escondes de uma família atroz, de que te escondes?
Eleni assustou-se ao ouvir o diminutivo que usara e esperou que ele não se apercebesse na penumbra. O irmão Nik sempre lhe chamara Ellie e Mia fazia o mesmo. Ouvir Gabriel a usar um diminutivo parecido era emocionante e muito perigoso.
– De um amante aborrecido? – continuou ele. – De um marido descontente?
– Não, não há marido… Nem amante… Escondo-me de mim própria. Por uma noite, queria ser alguém diferente, outra coisa. Queria ser uma mulher bonita e atrevida que vivia o momento. Queria ser tudo, menos eu própria. Tenho a certeza de que não conseguirias entendê-lo, mesmo que tentasses.
Ele sorriu e os sulcos da sua cara tornaram-no ainda mais viril.
Fora criada rodeada de homens arrogantes e inflexíveis como o pai, o rei Theos, e o meio-irmão Andreas e isso devia torná-la impermeável ao poder que Gabriel irradiava, isso devia fazê-la recear esse caráter implacável que governara toda a sua vida quando o pai era vivo, mas não era assim. Por algum motivo desconhecido, Gabriel, com a sua arrogância e a sua segurança em si próprio, sempre a atraíra.
– Porque dizes isso? – perguntou ele, com delicadeza.
– És o Gabriel Márquez. O teu poder, os teus tentáculos… Dizem que te aproprias de todos os sítios onde entras, não é?
– Esforcei-me para ser o que sou e para ter o que tenho… E não, nunca quis ser mais ninguém.
Observou-a com atenção e ela reparou que corava. Uns dedos compridos pousaram nas suas ancas e ficou tensa.
Se ele percebeu a reação instintiva do seu corpo a esse contacto, não o demonstrou. Os dedos dele subiram e desceram pela curva das suas ancas.
No entanto, o que lhe subiu à cabeça foi a atenção fascinada dele. Nenhum homem olhara para ela sem ter em conta quem ou o que era.
Era uma vantagem ou um inconveniente ser quem era?
Ou não a queriam porque era ilegítima e não tinha um poder real em Drakon ou ter uma relação com ela era um problema porque estava muito unida aos irmãos poderosos, os príncipes de Drakon. Nem era uma empregada do palácio nem aparecia na parede da sala este, onde se gravavam, há séculos, os nomes dos integrantes da Casa de Drakos.
– Então, vais achar ridículo que me tenha disfarçado e que tenha tentado aproveitar a ocasião.
– Enganas-te, querida. Até eu tenho de fugir algumas vezes. Até eu tenho de tentar entender que não posso controlar tudo, que não posso controlar o destino e as jogadas que nos faz.
Houve algo no seu tom que a emocionou, como se esse homem tão poderoso precisasse de algo que podia dar-lhe.
– Vim… porque, esta noite, não posso fugir do que me espera amanhã – continuou ele –, porque, amanhã, enfrento algo que receio.
– O Gabriel Márquez tem medo?
– Psiu… Vais revelar os meus segredos e destruir a minha reputação. Diz-me, o que querias esta noite?
– Um beijo. Quero um beijo. Um beijo de um homem que me deseje, não um beijo por pena, Gabriel.
Ele, com as mãos nas suas ancas, virou-a com uma destreza masculina… E ela, impressionada com esse contacto repentino, deixou-o.
Embora usasse saltos de dez centímetros, era mais baixa do que ele. Sentia-se frágil como uma boneca. Não se sentia uma mulher pragmática e decidida, sentia-se como uma criatura noturna, leviana e fantástica.
Notava-se que estava excitada, mesmo à luz da lua. Os seus olhos brilhavam e a boca, pintada de vermelho brilhante, era larga e vulnerável. Era uma mistura incrível de inocência e desejo.
– Continuas a achar que te beijaria por pena?
– Não – respondeu ela.
O contacto enchia-a de poder feminino e rodeou-lhe o pescoço com os braços. Quando os seus lábios se encontraram, ela tremeu. Para um homem famoso pela sua arrogância, Gabriel beijava com uma delicadeza que ela não conseguia acreditar. Sabia a uísque e paixão e apertou-se contra ele sem reparos. Ele aprofundou o beijo e as suas línguas entrelaçaram-se com um erotismo que fez com que ela gemesse.
Beijou-a com avidez e paixão. O beijo despertava todo o tipo de sensações e fazia com que todas as terminações nervosas ardessem. Fundiu-se com ele, que subiu as mãos das ancas até aos ombros e acabou por lhe segurar a cara. Percorreu-lhe a cara com os polegares e com o desejo refletido nas suas feições incríveis. Voltou a inclinar a cabeça e beijou-a.
Não conseguia prestar atenção ao que ele estava a dizer, como podia fazê-lo quando estava a morder-lhe o lábio inferior como se quisesse devorá-la e quando a beijava como se precisasse mais dela do que de respirar?
A voz, grave e rouca, fez com que sentisse calafrios.
Sentiu a brisa nos olhos e percebeu que a máscara caíra. O abraço quente e masculino tornou-se gelado e teve de pestanejar para ver.
A máscara pendia dos dedos dele, que tinha o sobrolho franzido e olhava alternadamente para a máscara e para ela como se não conseguisse acreditar no que via.
Ardiam-lhe os lábios por causa do beijo, mas aquele não era o mesmo homem. Observava-a como se o tivesse traído.
– O que significa tudo isto, menina Drakos? – Deixou cair a máscara. – Pode saber-se que brincadeira é esta?
Ela recuou um passo.
– Não é uma brincadeira, não é nada – replicou ela, antes de se virar.
Não dera dois passos quando uma mão a agarrou pelo braço e a virou.
– O que fazes aqui esta noite? O que queres de mim?
– Vieste ter comigo. Tu… ordenaste que ficasse e te fizesse companhia. Tu… Só disse a verdade.
– Então, tenho de acreditar que a princesa anódina de Drakon passeia pelos bailes de máscaras e aborda os homens para que a beijem? É isso que fazes à noite?
– Não te abordei e, efetivamente, queria um beijo, queria sentir-me menos sozinha por uma noite, queria… Qual das possibilidades é uma afronta maior para a tua vaidade masculina? Que uma mulher possa querer beijar um homem ou que tu e a tua arrogância pensem que te armei uma cilada para que me beijasses?
– Mentiste-me… princesa. Perguntei-te sem rodeios e disseste-me que não me conhecias. Até é possível que seja um certo abuso de poder que soubesses quem era e que eu não soubesse quem eras. Talvez seja um jogo que jogas todas as noites com homens poderosos.
– Estás a abusar!
– Estou farto de enganos e mentiras. Se queres um beijo, vem buscá-lo!
Se tivesse bom senso, tê-lo-ia esbofeteado com todas as suas forças, mas derreteu-se assim que os lábios tocaram nos dela. Não conseguia dominar o seu corpo. Quando lhe passou a língua pelos lábios, ela afastou-os sem conseguir remediá-lo. Quando introduziu a língua na sua boca, ela agarrou-se a ele com vontade.
Pôs-lhe as mãos no traseiro e apertou-a contra si até conseguir sentir a ereção, até o corpo duro dele se adaptar às curvas delicadas dela, até gemer e afastar as pernas para o sentir melhor.
O beijo acabou antes de ter começado, mas, mesmo assim, afetara-a. Além disso, o homem que lho dera observava-a como se ela tivesse aceitado vender a alma.
– Se precisas assim tanto de um homem, podes pedir a um dos teus irmãos poderosos para te marcarem um encontro, princesa – continuou ele. – É possível que o próximo homem com quem brinques não seja tão indulgente com a tua… falsidade.
Eleni observou-o fixamente. Tremia dos pés à cabeça e o desejo insatisfeito ainda ardia. Um desejo que, como percebia nesse momento, só lhe causara para gozar com ela.
– Senhor Márquez, não voltaria a beijá-lo, mesmo que fosse o único homem à face da Terra!
Gritou, mas ele já se fora embora. Embora tentasse dominar a tentação, não pôde evitar passar os dedos pelos lábios, não pôde deixar de sentir o sabor nos lábios.