Editados por HARLEQUIN IBÉRICA, S.A.
© 2010 Christina Hollis. Todos os direitos reservados.
O NOBRE FRANCÊS, N.º 1369 - Março 2012
Título original: The French Aristocrat’s Baby
Publicado originalmente por Mills & Boon®, Ltd., Londres.
Publicado em portugués em 2012
Todos os direitos, incluindo os de reprodução total ou parcial, são reservados. Esta edição foi publicada com a autorização de Harlequin Enterprises II BV.
Todas as personagens deste livro são fictícias. Qualquer semelhança com alguma pessoa, viva ou morta, é pura coincidência.
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I.S.B.N.: 978-84-9010-703-4
Editor responsável: Luis Pugni
ePub: Publidisa
Um barulho terrível tirou Gwen da cama antes de estar completamente acordada. Foi aos tropeções pelo quarto, à procura do despertador. Quando o encontrou, estava em silêncio. O barulho procedia de outro lado. Devia ser o telemóvel. Horrorizada, apercebeu-se de que caíra na cama tão cansada que se esquecera de ligar o despertador. Adormecera e já estava uma hora atrasada. Devia ser uma das suas colegas a telefonar, para saber sobre o turno da noite. Continuou à procura do seu telefone e encontrou-o finalmente. Estava no bolso do avental, no fundo do cesto da roupa suja.
– Gwenno! Porque demoraste tanto a atender o telefone, querida?
E por uma vez ela ficou contente por a sua mãe telefonar diariamente.
– Mãe! Que bom ouvir-te, mas não tenho tempo. Tenho de me preparar para a festa desta noite. Pensei que estavam a telefonar-me da cozinha, para me avisar de que havia alguém doente.
Deu um grito abafado e, depois, fez uma careta. Era um erro, contar assim a verdade à sua mãe. Em casa tinham de continuar a pensar que estava a ter muito êxito na sua nova vida.
– Quero dizer, tenho muitos empregados, mas cada pessoa tem a sua especialidade. Não pode faltar ninguém! – acrescentou depois, fazendo figas.
Na verdade, estava desesperada para cortar custos e estava a fazer o trabalho de pelo menos três pessoas. Estava a custar-lhe muito poupar. Estava tão cansada que pensara que ia desmaiar durante os preparativos da festa. Por isso fora a casa a meio do dia, para fazer uma sesta de vinte minutos. Olhou para o relógio e apercebeu-se, horrorizada, de que dormira quase hora e meia.
– Meu Deus, devia estar no restaurante! Não vamos conseguir abrir a tempo! Tenho tanto para fazer!
Correu pelo quarto e tentou agarrar a roupa que ia vestir com uma mão, enquanto com a outra segurava no telefone.
A sua mãe tinha resposta para tudo. E aquele desastre não foi uma exceção.
– Deixa que a dúzia de trabalhadores de que nos falaste ganhe o salário, Gwenno.
– A dúzia de trabalhadores? Ah… sim, sim, claro. Eu gosto de fazer tudo o que posso sozinha. Ainda não estou habituada a ser a única dona do restaurante e, às vezes, é demasiado.
– Não te emprestámos esse dinheiro para ires à falência, Gwenno. Supostamente, era para te ajudar a seres chef e dona do Rossignol – disse a mãe, dizendo o nome do restaurante muito devagar para o pronunciar melhor. – Vês? Já estamos todos a praticar para quando formos visitar-te!
Gwen sentiu um aperto no coração, mas conseguiu fazer com que parecesse que se ria com naturalidade.
– Fantástico! Estou desejosa de vos ver. Passaram meses!
– Passaram quatro meses, três semanas e cinco dias desde que conseguiste comprar o restaurante – respondeu a senhora Willians, quase tão orgulhosa como Gwen quando tinha energia. – E o teu pai e eu tínhamos medo de que tivesses desperdiçado um futuro estável connosco na loja para perseguir um sonho tolo…
Gwen desejou chorar, mas não se atreveu. A ideia de a sua família descobrir a verdade a respeito da sua vida em Malotte era demasiado para o seu orgulho. Tinha a certeza de que conseguia ter êxito com o negócio, mas era uma época muito difícil. Cada reserva devia ser feita com supremo cuidado. Infelizmente, isso incluía a receção que ia dar naquela noite para uma condessa. A mulher só queria causar uma boa impressão ao seu enteado rico. Não queria saber se Gwen cozinhava bem, não se importava com o restaurante, só se preocupava com a sua própria reputação.
Gwen tinha a esperança de que o enteado ficasse mais agradecido.
Etienne Moreau também tinha um dia muito ocupado, mas estava tudo a correr conforme o previsto. Como ele gostava. Até a sua vida social corria com a precisão de um relógio, embora cada vez gostasse menos de socializar. Muitas pessoas pensavam que tê-lo na lista de convidados da sua festa de beneficência era uma grande atração e, às vezes, ele sentia-se obrigado a dar-lhes o que queriam. «Oxalá não tivesse de me dar com esse tipo de pessoas», pensou enquanto penteava o cabelo com os dedos. Também não era pedir muito, ter uma conversa normal com alguém. Estava farto de ser constantemente alvo de projetos maus ou de mulheres à procura de aventuras.
Os homens mais ricos do país tinham-no convidado para fazer parte da direção das suas empresas com a ideia de usar o seu título para impressionar os acionistas, mais nada. E não tinham demorado a perceber o seu erro. Etienne nascera numa família privilegiada, mas nunca se conformara com isso. O seu falecido pai achava que trabalhar era indigno, mas Etienne não se sentia satisfeito apenas com o seu título.
Suspirou. Dentro de exatamente noventa minutos teria um empregado à espera dele quando descesse a escada principal do seu castelo. O homem pôr-lhe-ia um cravo fresco na lapela antes de lhe abrir a porta. Isso continuava a ser igual ao que era na época do seu pai, portanto ele acedera, contrariado, a fazer a vontade aos seus empregados leais. Há alguns anos, até imaginara o seu próprio filho e herdeiro a ocupar o seu lugar.
Mas isso fora antes de descobrir muitas coisas, incluído como era a natureza humana. Naquele momento, concentrava-se no seu trabalho e o seu comportamento desumano e decidido estava a dar-lhe muito êxito. Na verdade, para um homem que não tinha nada para provar, estava a provar que era imparável. Era uma pena que até aquilo estivesse a começar a ser incómodo.
«Preciso de encontrar um novo desafio», pensou. Fora criado para ocupar o papel do conde de Malotte, mas, agora que já o fazia, tinha muito tempo para pensar. Queria alguma distração. Talvez o jantar daquela noite lhe oferecesse algo diferente.
Gwen tomou banho e vestiu-se à velocidade da luz. Incapaz de enfrentar o monte de cartas fechadas que esperavam em cima do toucador, pô-las todas numa gaveta. Ultimamente, só traziam más notícias. A sua nova vida estava a ter alguns momentos horríveis, muito difíceis, mas ela estava decidida a não se render. Abriu o armário e tirou o vestido que vestiria mesmo antes de os clientes chegarem ao Rossignol. Tinha a certeza de que quereriam conversar tranquilamente com a chef e dona do restaurante. Aquela era a única parte do seu trabalho de que não gostava, mas estava a ser uma importante fonte de negócios. Tinha de perseverar e era muito difícil.
Gwen sempre sonhara ser a chef de um restaurante de luxo. E, em tempo recorde, conseguira associar-se à sua melhor amiga da escola de hotelaria. Carys dedicava-se à parte comercial. Ela dedicara-se à cozinha e mantivera sempre a cabeça baixa. O seu sistema funcionara na perfeição, até as aventuras românticas da sua amiga terem transformado o negócio num caos. Carys desaparecera, abandonando Gwen, que não conseguira encontrar outro sócio e tivera de enfrentar a ideia de vender o restaurante e voltar para casa. Isso teria sido como admitir à frente dos seus pais que «o caso Rossignol», como eles lhe chamavam, fora um fracasso. Outra opção fora hipotecar o restaurante e começar a sua nova vida profissional sozinha. O primeiro caminho levava à segurança da loja dos seus pais. O segundo, a um futuro incerto, mas dela. Podia ser independente, sem ter de se apoiar em ninguém.
Depois de muitas noites sem dormir, falando consigo própria para se convencer do contrário, decidira perseguir o seu sonho. A sua família tinha a certeza de que estava a perder dinheiro e ela tinha a sensação horrível de que tinham razão, mas nunca o admitiria. Além disso, se conseguisse ter sucesso no negócio, teria a satisfação de poder dizer que o fizera sozinha. Sempre soubera que seria difícil, mas, naquele momento, sozinha e num país estrangeiro, havia vezes em que sentia a falta de ter um ombro para chorar. O tempo passava muito depressa. Suspirou. O que mais lhe agradava era cozinhar, mas ultimamente passava mais tempo a satisfazer os caprichos dos seus clientes.
Levou o vestido para o andar de baixo e deixou-o com cuidado no banco traseiro do carro. Olhou para o relógio, sentou-se à frente do volante e teve outra surpresa desagradável. O indicador do nível de gasolina estava na reserva. Logo naquela tarde! Não tinha tempo para ir à bomba de gasolina. Olhou para o céu, que estava limpo e para a estrada que descia para a vila. O caminho era a descer até ao Rossignol, portanto, com um pouco de sorte, conseguiria chegar.
Cinco horas mais tarde, Gwen estava a vestir o seu vestido impressionante. Era o único vestido formal que tinha e era perfeito para uma receção aristocrática. De veludo azul-marinho, ajustava-se às suas curvas generosas. Olhou-se ao espelho de corpo inteiro do seu escritório e observou como o seu cabelo loiro caía sobre os ombros nus. O efeito era chocante, mas ela não estava impressionada. Só via uma rapariga da aldeia, toda enfeitada com um vestido nada prático.
Gwen sorriu e saiu para enfrentar a sua clientela.
O bar e o restaurante não demoraram a encher. As raparigas que contratara para a noite mexiam-se entre os convidados elegantes com bandejas cheias de coisas deliciosas. Gwen percorreu a sala com o olhar. Acabara de chegar uma pessoa nova. Um homem que fez com que Gwen ficasse onde estava e o observasse. Ele também estava a percorrer o restaurante com o olhar, como um general a inspecionar os seus soldados. Era uma vista imponente. O recém-chegado era um dos homens mais altos da noite e o seu aspeto austero também o tornava diferente. Todos se viraram para olhar para ele.
Para surpresa de Gwen, o homem dirigiu-se para ela.
– Bonsoir. Deve ser Gwyneth Willians. Surpreendeu-a que soubesse o seu nome, mas isso não era tudo. Percebeu como estudava a sua roupa, deixando-a nervosa.
– Bonsoir, monsieur. Sim, sou a chef e dona do restaurante. Costumo estar na cozinha, mas esta noite é uma ocasião especial.
Os seus olhos escuros brilharam.
– É verdade. Até há um segundo, não sabia que ia ser tão especial – respondeu, segurando na sua mão para a beijar. – Sou Etienne Moreau. Venho com frequência a este restaurante. Lamento que não nos tenhamos conhecido antes.
Gwen sentiu-se enfeitiçada. Apesar de estarem rodeados de gente, aquele homem fazia com que se sentisse como se estivessem completamente so zinhos. Depois de semanas de trabalho e preocu paçòes, era como se finalmente tivesse chegado o natal.
Obrigada! Quer beber alguma coisa, senhor Moreau?
Uma das empregadas aproximou-se, mas ela fez-lhe um gesto para que se fosse embora. Pela primeira vez, estava a desfrutar daquilo. Passou para o outro lado do balcão, contente por ter alguma coisa para fazer. A presença de um homem como Etienne Moreau, de cabelo escuro e pele dourada, era suficiente para a deixar sem palavras. A condessa Sophie, a pessoa que dava aquela receção, dissera que o seu enteado não gostava de conversar. Avisara Gwen de que devia manter-se afastada dele. E se não houvesse uma boa quantia em jogo, Gwen teria adorado ignorar a sua recomendação. Naquele momento, só um balcão de mármore preto a separava daquele homem tão bonito. Gwen engoliu em seco e agarrou no balde de gelo. Todas as mulheres que havia à vista estavam a babar-se. Gwen tentou comportar- se com naturalidade. Ninguém poderia queixar- se se só o servisse a ele. Ao fim e ao cabo, era o seu trabalho.
Desculpe, monsieur , o que vai desejar?
Etienne Moreau entreteve-se um momento a falar com outro convidado de um negócio recente, mas voltou a olhar para Gwen. Fixou o seu olhar nela como se fosse a última pessoa que esperava encontrar numa festa familiar. Franziu o sobrolho e, depois da devida deliberação, sorriu finalmente.
E foi então que o mundo parou à volta de Gwen.
– Eu gostaria de uma coisa que não pode oferecer-me num bar cheio de gente.
Gwen ficou nervosa e sorriu. Costumava evitar problemas com os homens, mas, pela primeira vez na sua vida, sentiu que se derretia. E não conseguiu evitar que lhe tremesse a voz.
– Queria saber o que quer beber, monsieur . O Rossignol tem uma grande seleção de bons vinhos e outros digestivos – disse ela, tentando esconder a sua inquietação, apoiando-se no balcão.
Ele arqueou as sobrancelhas e Gwen voltou a erguer-se.
– Beberei um léger colombien, s’il vous plaît.
Gwen não costumava servir café às pessoas que iam a uma festa no Rossignol, mas estava preparada para qualquer coisa. Do outro lado do balcão estava a melhor cafeteira que podia comprar. Enquanto ia fazer o café, Etienne ficou a conversar com outras pessoas. Ela não ouviu de que falavam, estava demasiado ocupada a desfrutar da sensação que o interesse daquele homem por ela lhe causara. Apesar de estar de costas, era evidente. Quando se virou para olhar para ele, viu muitas possibilidades nos seus olhos. Ao dar-lhe o café, ele baixou o olhar para a sua mão esquerda.
– Merci, mademoiselle. Não quer beber um comigo?
– Não, monsieur . Estou a trabalhar.
Ele mostrou os seus dentes brancos ao sorrir com malícia.
– Suponho que isso significa que Sophie já falou consigo. Deve tê-la ameaçado para não me distrair muito.
E, ao ouvir aquilo, Gwen quase esqueceu tudo o resto.
– Nada disso, monsieur – conseguiu responder. – Estou de serviço. Não seria profissional se só desse atenção a um convidado, por muito encantador que seja. E, agora, se me perdoar, tenho de continuar a circular.
E esboçou um sorriso que tremeu ao ver o calor no seu olhar antes de se afastar dele com a maior dignidade possível.
Etienne bebeu o café e brilharam-lhe os olhos ao vê-la a afastar-se. As pessoas que o rodeavam continuavam a falar, mas ele só prestava atenção por educação.
– Vejo que não te custou muito superar Angela, pois não, Etienne? – perguntou-lhe um dos homens, rindo-se.
E a pergunta fez com que voltasse para o presente.
– O sentimentalismo é só para as mulheres e para as crianças. Não perco o meu tempo com isso… – respondeu Etienne, encolhendo os ombros.
– Desculpem-me, vou falar com a condessa Sophie.
E atravessou o salão sem olhar para trás. Desejou poder ignorar o passado com a mesma facilidade com que ignorava as pessoas. Às vezes, o trabalho amortecia a dor, mas nunca por muito tempo. Era muito mais fácil manter-se distante e passar de sensação em sensação sem dar muitas voltas às coisas. Passava os dias a encher a sua mente atribulada de preocupações económicas alheias. Quando era capaz de usar o seu poder e influência para ajudar os outros, sentia-se satisfeito, embora inquieto. Durante séculos, os Moreau tinham sido guerreiros. Etienne tinha uma grande capacidade intelectual e era mais simples ler balanços e relatórios do que entender as pessoas. Preferia usar a sua cabeça para trabalhar e o seu corpo, para coisas mais civilizadas do que a guerra.
Naquele momento, estava a perguntar-se quanto tempo é que a menina Gwyneth Willians demoraria a render-se aos seus encantos.
Como de costume, todos queriam falar com Etienne, portanto, demorou um momento a chegar até onde Gwen estava. Ela olhou por cima do ombro e sorriu, como se lhe dissesse que sabia que estava a observá-la. Gostou disso. Compensava o facto de a sobrinha da madrasta dele, Emilie, também estar ali naquela noite, vestida com um vestido de cetim cor de rosa, mesmo por trás da tia. Quando Sophie Moreau se apercebeu de que Etienne se aproximava, afastou Gwen e fez avançar a surpreendida Emilie. Etienne entendeu a jogada, olhou para Gwen com cumplicidade e viu como um sorriso atrevido iluminava o seu rosto. Ele aproximou-se mais e Gwen desapareceu para a cozinha, deixando-o a sós com a madrasta.
– Tens algum problema com o serviço, Sophie? Queres que vá atrás daquela mulher e fale com ela? – ofereceu-se, num tom inocente.
A condessa franziu o sobrolho.
– De maneira nenhuma, Etienne. Não vieste aqui para trabalhar. Vieste para dizer à tua prima Emilie o que achas dela. Não parece mais alta?
Sophie Moreau só tinha duas coisas a seu favor. Era previsível e direta.
– É verdade – disse ele, levando a mão da jovem aos lábios. – Quantos anos tens, Emilie? Dezasseis?
– Dezoito! Foi por isso que acedeste a ir como convidado de honra à sua festa de aniversário no mês que vem! – exclamou a madrasta.
– Nunca te dececionaria – acrescentou ele, inclinando a cabeça para Emilie, que sorriu como uma parva, fazendo com que o seu aparelho brilhasse sob a iluminação discreta do restaurante.
– Emilie vai sair do internato no trimestre que vem. A não ser que consigas pensar num bom motivo para a tirar desse lugar horrível, Etienne – disse a sua madrasta, olhando para ele com malícia.
Etienne esperou.
– A não ser… – continuou ela, aproximando-se mais. De repente, franziu o sobrolho. – Meu Deus, Etienne, não sejas tão complicado! Precisas de um herdeiro para continuar com a linhagem dos Moreau e herdar as casas tão bonitas que tens.
Etienne fê-la calar-se com um olhar. E a sua madrasta só demorou alguns segundos a recuperar e acrescentar:
– Já devem ter passado dois anos desde que tiveste aquela má experiência com aquela mulher e tens de pensar no futuro, Etienne.
– Porquê? Já o fazes por nós dois, madrasta – replicou ele.
Na cozinha do Rossignol, os preparativos do jantar corriam como estava previsto, mas Gwen continuava muito nervosa. E os nervos aumentaram ao ouvir as empregadas a mexericar.
– Madame quer assegurar-se de que consegue parte da fortuna de Etienne depois de ele se casar. É por isso que tenta casá-lo com a sua sobrinha.
– Já vos disse antes que não podem contar nada do que ouvem, Clemence – repreendeu-as Gwen.
Embora no fundo, sentisse ciúmes ao ouvir aquilo.
– Não se preocupe, chefe. Basta ler o que dizem de Etienne Moreau nos jornais para saber...