
Editado por Harlequin Ibérica.
Uma divisão de HarperCollins Ibérica, S.A.
Núñez de Balboa, 56
28001 Madrid
© 2002 Daphne Atkeson
© 2019 Harlequin Ibérica, uma divisão de HarperCollins Ibérica, S.A.
O rasto de uns lábios, n.º 511 - janeiro 2019
Título original: Lipstick On His Collar
Publicado originalmente por Harlequin Enterprises, Ltd.
Reservados todos os direitos de acordo com a legislação em vigor, incluindo os de reprodução, total ou parcial.
Esta edição foi publicada com a autorização de Harlequin Books S.A.
Esta é uma obra de ficção. Nomes, carateres, lugares e situações são produto da imaginação do autor ou são utilizados ficticiamente, e qualquer semelhança com pessoas, vivas ou mortas, estabelecimentos de negócios (comerciais), feitos ou situações são pura coincidência.
® Harlequin, Harlequin Desejo e logótipo Harlequin são marcas registadas propriedades de Harlequin Enterprises Limited.
® e ™ são marcas registadas por Harlequin Enterprises Limited e suas filiais, utilizadas com licença.
As marcas em que aparece ® estão registadas na Oficina Española de Patentes y Marcas e noutros países.
Imagem de portada utilizada com a permissão de Harlequin Enterprises Limited.
Todos os direitos estão reservados.
I.S.B.N.: 978-84-1307-613-3
Conversão ebook: MT Color & Diseño, S.L.
Créditos
Prólogo
Capítulo Um
Capítulo Dois
Capítulo Três
Capítulo Quatro
Capítulo Cinco
Capítulo Seis
Capítulo Sete
Capítulo Oito
Capítulo Nove
Capítulo Dez
Capítulo Onze
Capítulo Doze
Capítulo Treze
Se gostou deste livro…
Quando aquela senhora de vermelho entrou no Backstreet, o bar ficou em silêncio e todos os olhares se voltaram para ela.
Não era habitual ver mulheres e, muito menos sozinhas, no local.
Trazia um impressionante vestido vermelho, que se ajustava provocantemente às suas sensuais curvas, com uns sapatos de salto alto e um dispendioso colar de diamantes que reluzia de modo ostensivo. Ficou junto da porta, de pé, respirando intensamente, com aquela mata abundante e espessa de cabelo preto sob o rosto.
Nick não compreendia o que fazia alguém assim num lugar como aquele. Para ele era o local de encontro com os seus amigos, mas aos olhos de uma mulher como aquela era uma pocilga.
Devia ter-se apercebido disso e deu a volta disposta a partir. Mas, nesse mesmo instante, o seu olhar encontrou-se com o de Nick. Sorriu e encaminhou-se até ele com sensualidade e decisão.
Era o tipo de mulher que causava problemas.
O vestido de seda deslizava provocantemente sobre os seus seios e Nick pensou que, afinal de contas, não tinha mais nada que para fazer naquela noite.
A mulher de vermelho sentou-se no balcão, justamente a seu lado. Nick levantou a caneca de cerveja como sinal de saudação e sorriu.
Ela aceitou o gesto e virou-se para o empregado.
Ben olhou para Nick e piscou-lhe um olho antes de falar com a cliente.
– O que quer beber?
– Um Martini – respondeu imediatamente ela. – Com um toque de genebra.
– Está a sair – disse Ben, preparando o cocktail imediatamente.
Ela pegou no copo e bebeu a bebida de um só gole. Engasgou-se e bateu no balcão com a mão, fazendo vibrar todos os copos. Tinha umas unhas perfeitas.
– Está bem? – perguntou ele, dando-lhe um guardanapo de papel para que limpasse as gotas de genebra que tinham empapado o seu queixo.
– Obrigado – disse ela.
– Chamo-me Nick – apresentou-se ele.
– Eu chamo-me Miranda – levantou o copo, fazendo um sinal a Ben para que voltasse a enchê-lo. Voltou a levantar o copo e brindou. – Por ti, Nick – voltou a beber a bebida de um só gole.
– Estás a beber esses cocktails demasiado depressa, não achas? – olhou para ela com curiosidade. – Tens algum motivo?
Ela voltou-se para ele.
– Diz-me, Nick, pensas que sou uma mulher sem sexualidade alguma?
Nick engasgou-se com a cerveja.
– Quero dizer, pareço uma mulher que não gosta de sexo?
Nick sentiu que estava num campo minado.
– Quem sou eu para julgar algo assim…
– Gosto de sexo tal como outra pessoa – garantiu, embora não estivesse realmente convencida. Olhou fixamente para Nick que ficou tenso. – Por exemplo, poderia ir para a cama contigo sem problemas.
– Fico contente por ouvir isso – disse ele, sem saber bem o que devia responder.
– É apenas uma forma de dizer – retractou ela.
– Claro – disse ele.
Miranda voltou-se novamente para o empregado e bateu com o copo no balcão.
– Enche outra vez.
Tinha uma maneira demasiado brusca para uma mulher tão sofisticada, o que intrigou ainda mais Nick.
– Talvez devesses esperar que a genebra te fizesse efeito. Pode ser muito traiçoeira.
– Isso espero eu – garantiu ela.
Nick olhou para Ben e fez-lhe um sinal para que lhe diluísse a bebida. Se não o fizesse, a senhora de vermelho perderia a cabeça.
– O que te traz ao Backstreet?
– Estava de passagem – respondeu Miranda.
– Estás demasiado elegante para um bar como este.
– Estava noutro sítio mais formal. Deram-me uma má notícia, por isso vim aqui por um impulso.
– Um impulso… pois.
– Costumo fazer coisas sem pensar e, depois, arrependo-me – disse com uma certa tristeza.
– Também vais arrepender-te de teres vindo aqui?
Ela olhou para ele em silêncio durante uns segundos.
– Não – disse finalmente. – Desta vez, não.
– Fico contente – respondeu ele.
Ela lançou-lhe um sorriso tão brilhante que o deslumbrou. De repente, queria todos os seus sorrisos, queria-a toda só para ele. Sentiu uma necessidade enorme de a ajudar.
Ben colocou o terceiro copo sobre o balcão, distraindo-a durante uns segundos. Miranda voltou a bebê-la de seguida. Depois olhou para Nick.
– Colocam sempre tanta água nas bebidas aqui? – perguntou.
Nick não respondeu à sua pergunta.
– Que tal se deixasses que este terceiro copo te assente bem no estômago?
Ela pareceu considerar a opção.
– Já veremos – disse.
– Queres falar dessa «má notícia»? – o sorriso do rosto de Miranda desapareceu.
– Diria que já não estou comprometida – atou o cabelo, lançando um ar delicioso de perfume.
– Pois. E não era o que querias.
– Sim, sim era o que queria – respondeu.
– Mas não por escolha própria.
– É tão óbvio?
– Não. Apenas estive na mesma situação. Há alguns meses que me divorciei.
– Lamento.
– Não lamentes. Queríamos coisas diferentes.
Ele tinha desejado uma vida calma, enquanto ela queria converter-se na ajudante do presidente da câmara, algo que Nick descobriu ao encontrá-los juntos na cama.
– Aconteceu-me o mesmo a mim.
– Ele é que perde – disse ele.
– Agradeço o teu elogio, mas acho que ele nem se apercebeu que me fui embora da festa. – Olhou para ele fixamente. – Posso pedir-te um favor? Que perigo!
– Claro.
– Gostaria que ficasses comigo enquanto me embebedo e que te certificasses que não faço nada estúpido.
– Será uma honra.
Estendeu uma mão para apertar a sua. Sentiu-a quente e frágil. Ela também se sentiu afectada pelo seu toque.
– Vamos sentar-nos ali – disse ele tentando controlar o apetite carnal que se tinha apoderado dele. – Falaremos um pouco.
Ela concordou e colocou-se de pé.
Nick conduziu-a até uma mesa e convidou-a a sentar-se. Sentou-se com aquela sensualidade natural que enlouqueceria qualquer homem.
Apoiou os cotovelos sobre a mesa apertando os seios que se mostravam subtilmente pelo decote.
– Conta-me coisas sobre ti – pediu ela.
– Bem… sou polícia.
– Polícia? Que interessante – disse Miranda.
– Suponho que seja – Nick teve a tentação de lhe dizer que tinha uma licenciatura em arte, mas pensou que não fazia sentido. Depois de tudo, não ia voltar a vê-la na sua vida.
– Tens um ar perigoso. Mas o teu olhar é amável e atraiçoa-te. E, conta-me, como é a vida de um polícia?
Nick contou-lhe as emoções e decepções da sua vida de polícia, mais do que alguma vez tinha contado a alguém. Talvez porque parecia realmente interessada. Debbie nunca tinha gostado de ouvir as suas histórias.
Enquanto falava, tentava evitar que Miranda continuasse a beber. Estava tonta, mas não bêbeda. E era assim que queria que permanecesse.
– E tu? O que me podes contar sobre ti? Ao que te dedicas?
– Eu… Não há muito a dizer – olhou para ele fixamente. – A verdade é que, hoje, preferiria não falar de mim, se não te importas.
– Ouve – disse ele. – Um homem que te rejeita do modo que seja deve ser um idiota.
– A sério que pensas assim?
– Com toda a certeza.
– Obrigado por dizeres isso – ela olhou para o chão.
O seu noivo tinha acabado de esmagar a sua auto-estima.
– Olha para mim um momento, por favor – pediu ele e ela obedeceu. – És uma mulher incrivelmente sensual e atraente. Tenho que te dizer que me custa controlar as mãos ao estar próximo de ti.
– Oh! – exclamou ela. – Como fico contente!
Sem mais, inclinou-se sobre ele e beijou-o, despertando ainda mais o seu desejo por ela. Os seus lábios eram suaves, doces e apetecíveis.
Mas o senso comum obrigou-o a pôr um fim naquilo.
– Acho que não é aconselhável que continuemos com isto – disse ele com a voz rouca.
– Vamos… – olhou para ele. Tinha ficado vermelho. Olhou para o relógio de diamantes que trazia no pulso. – Tens razão. Além disso, é muito tarde. Deveria ir-me embora. Obrigado pela conversa. Ajudaste-me bastante.
Abriu a mala e tirou da carteira uma nota de cinquenta dólares que deixou sobre a mesa. Excessivo, como ela.
Mas, ao vê-la partir, sentiu a dor do seu gesto. Tinha-a magoado. Pensava que não a desejava. Não podia permiti-lo. Também não podia suportar que saísse da sua vida assim. Nem sequer lhe tinha dito o seu apelido.
Saiu atrás dela.
Encontrou-a a andar de um lado para o outro. Enquanto caminhava, rua abaixo rua acima, ia chorando. Ele sabia o que tinha que fazer.
– Miranda!
Ela voltou-se. Sob a luz das lâmpadas tinha um aspecto de uma deusa de bronze.
Ele encurtou a distância entre eles, abraçou-a e beijou-a com paixão.
Ela gemeu aliviada e deixou que o desejo comandasse a situação. Os seus lábios chocaram freneticamente, depois as suas línguas procuraram-se e conectaram-se com urgência. Ele abraçava-a com tanta força que ela mal conseguia respirar.
Passados uns minutos, Miranda sussurrou-lhe ao ouvido:
– Por favor, leva-me contigo.
– Tens a certeza?
– Sim. Quero que façamos amor – olhou para ele fixamente, com um olhar firme e repleto de desejo, mas claro e decidido.
Quem era ele para dizer não a uma senhora? Foram em direcção à praia de Crowne e alugaram um quarto de hotel.
Enquanto subiam pelo elevador, ele abraçou-a. Acoplou-se tão bem a ele que, por um momento, esqueceu que não lhe pertencia. Sentia-se responsável por ela, como se se tratasse de alguém que precisava da sua protecção.
No entanto, no momento em que ela lhe lançou um olhar repleto de desejo, soube que não era protecção o que ela procurava.
A noite foi incrível. Nick parecia conhecer aquela mulher, aquele corpo, a perfeição. Talvez fosse porque ambos tinham sido traídos ou talvez fosse do álcool.
Na manhã seguinte, colocou-a num taxi e mandou-a para casa.
Antes de partir, ela obrigou-o a prometer que lhe telefonaria.
Mas, quando ele o fez, ela negou-se a responder à sua chamada.