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Ficha Técnica

Título: Dicionário da origem das palavras

Autor: Orlando Neves

Revisão: M. Manuela Vieira Constantino

ISBN: 9789895556465

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BREVE NOTA

Este não é um dicionário etimológico, no sentido tradicional do termo. Obedece a um outro critério: mais do que demandar a origem das palavras, no estrito desígnio de encontrar as razões linguísticas que as formaram, procura outras direcções, relacionáveis com a história dos vocábulos ligada às coisas ou às ideias que eles evocam — sabendo-se que delas nunca se separam.

Diga-se, pois, que o livro é, sobretudo, um repositório, por um lado (sempre breve) da crónica etimológica, stricto sensu, e por outro, da evolução histórica que relaciona o conceito com a vida. Sabermos que a palavra X proveio directamente do étimo latino, grego ou outro, mata uma curiosidade, acima de tudo científica. Mas conhecermos que essa mesma palavra se entrelaça com um facto, uma personagem, uma situação vivida ou experimentada, é satisfazer diferente espírito de curiosidade. (Não se desabone a curiosidade, por fútil ou inútil que pareça — sem ela não haveria progresso).

Por vezes, as palavras nasceram «puras e duras». Chegaram-nos tal qual a língua de origem ou com alterações de mera regra etimológica. Em outros casos, porém, evoluíram, historiaram-se, não só no aspecto formal, como no semântico, sendo hoje o contrário do que eram na fonte ou, pelo menos, desviando-se, quase insolitamente, do significado originário.

Foi este tipo de termos que me interessou — os que mudaram, os que têm uma história curiosa e particular, os que, na sua formação, se compuseram de modo peculiar.

Já a nível de ensino secundário quase nunca se estuda o latim ou o grego. Daí que, especialmente em palavras de uso corrente, me tenha limitado a «destapar» o que nelas está oculto e é desconhecido, por nossa ignorância ou porque uma utilização tão banal nos levou ao esquecimento.

Por isso, talvez este Dicionário (que o é, formalmente, por seguir uma ordem alfabética) seja diferente dos habituais — podendo ser de consulta, função histórica dos Dicionários, é, da mesma forma, um livro para ser lido de seguida, da primeira à última página, dado o seu propósito inequívoco de divulgação.

Obviamente, apenas estão aqui as palavras que seleccionei numa perspectiva quiçá discutível. Foram estas — poderiam ser outras ou muitas mais. Neste caso, o livro ficaria demasiado extenso e talvez de leitura pouco amena. Preferi, pois, os termos cuja história mais me seduziu ou maior curiosidade me despertou, embora alguns tenham ficado de remissa, como, por exemplo, os derivados de antropónimos (maquiavelismo, quixotismo, gongorismo, etc.).

Na feitura desta reunião de dados, consultei algumas dezenas de publicações. Seria fastidioso e desnecessário enumerá-las exaustivamente. Para o leitor vulgar, tornar-se-ia desinteressante tal lista; para o especialista nada traria de novo. Todavia, sempre que achei necessário, citei, nos próprios verbetes, os autores e as obras em que me baseei.